A Chesf está se organizando para retornar à disputa dos leilões de transmissão a partir de 2016. A companhia passa por um processo de mudança de processos de contratação de fornecedores, gestão de obras e reestruturação de equipes com a finalidade de voltar às disputas, ainda de forma minoritária, aos certames organizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica.

O presidente da Chesf, José Carlos Miranda, confirmou a informação revelada pelo diretor da Aneel, Reive de Barros, de que a empresa retomaria essa ação. A meta da empresa é de voltar aos leilões. Mas isso, admitiu Miranda, deve se dar de forma minoritária, afinal, o nível de atraso da empresa nesse segmento é de cerca de 900 dias. Esse fato, segundo as regras de participação de agentes da Aneel, desabilita automaticamente a empresa caso a meta seja de entrar nessas disputas de forma majoritária. Para isso o limite de atraso não pode passar de 180 dias.

“Não adianta entrar em leilões e ganhar as obras com o risco de atrasar novamente. Ainda temos sete ICGs atrasadas. Não adianta assumir compromisso com outras obras dessa forma, senão, vamos atrasar novamente. Deveremos retornar aos leilões em 2016 para ganhar e entregar as obras no prazo desde que esses prazos sejam compatíveis com as dificuldades e as complexidades que encontramos atualmente”, disse ele.

Atualmente, Miranda calcula que a Chesf deva possui cerca de 100 obras em andamento ao mesmo tempo em transmissão de energia. Dessas, comentou, dez estão dentro do prazo de entrega ou adiantadas e outras 80 estão com atraso em relação ao contrato de concessão assinado junto à agência reguladora.

Apesar desse otimismo de Miranda, ainda não há uma visão mais clara de quando a subsidiária da Eletrobras deverá participar dos leilões de transmissão. Até porque, disse, os processos estão sendo alterados pela equipe da Chesf. Nem mesmo a questão de crédito mais restrito deverá atrapalhar os planos da companhia. Para Miranda, o cenário atual não tem um impacto grande, apesar de admitir que há uma maior pressão com custos mais elevados de capital.

A empresa, disse Miranda, tem zero de alavancagem, tem crédito no mercado e está em negociação de empréstimos com o BNDES. Há ainda o Fundo de Energia do Nordeste, recém-criado pelo governo que terá recebíveis de R$ 13 bilhões que pode ser utilizado como equity, o daria a perspectiva de investimentos totais de R$ 60 bilhões em parceria com a iniciativa privada. “São recursos garantidos para a Chesf investir e crescer”, encerrou ele.