O mercado brasileiro apresenta um potencial de crescimento para a certificação de edificações sustentáveis. Atualmente, há cerca de 1 mil projetos que são classificados pelo sistema LEED (Liderança em projeto de energia e meio ambiente, na sigla em inglês) o que coloca o país como o quarto maior mercado neste segmento. Contudo, ainda há um caminho muito extenso para galgar posições nesse ranking já que há mais de 23,5 mil projetos em todo o mundo com esta certificação, sendo a maior parte destes nos Estados Unidos e no Canadá.
De acordo com a entidade Green Building Council (GBC) dependendo do projeto, as edificações com a certificação LEED podem alcançar reduções de 40% no consumo de água e de até 30% em energia. Apesar deste conceito não ser tão antigo, a líder da área de construção da Honeywell Building Solutions, Debra Gondeck-Becker, afirma que essa certificação pode ser implantada nos novos edifícios como nos antigos e vê o país como um grande mercado para a expansão dos negócios da Honeywell em termos de monitoramento e gestão tendo como foco a sustentabilidade desses edifícios, novos ou que passaram por retrofit.
E é justamente nas edificações o segmento onde o país apresenta as maiores oportunidades de conseguir melhorar a eficiência energética. De acordo com um estudo da Abesco, é nesse tipo de unidade consumidora que cerca de 50% de toda a energia é demandada. E o potencial de redução de consumo ao atuar nos segmentos de iluminação e de climatização é de 30%, segundo estimativas da entidade, o que pode representar uma economia de pouco mais de R$ 35 bilhões aos consumidores finais somente nessas duas categorias de consumo de energia.
“Aqui no Brasil temos conversado com proprietários de edificações que buscam um retorno do investimento conservador na casa de 45% ao ano e outros ainda em uma média de 27% somente com a economia de energia como em uma sede de empresa localizada em São Paulo que foi construída há 25 anos”, disse a executiva, mas lembrando que esses retornos variam caso a caso e das medidas que precisam ser tomadas em cada um desses projetos.
A executiva da Honeywell alerta para o fato de que para se obter o retorno esperado ao longo do projeto há alguns pontos a se avaliar. Entre eles está o fato de que o prédio recém certificado precisa manter o desempenho de redução de economia ao longo do tempo. Por essa razão existe a necessidade de se monitorar esse desempenho ao longo do tempo para assegurar que os índices de consumo projetados sejam mantidos.
Nesse sentido a companhia norte-americana apresentou o que chamou de LEED Dynamique Plaque, uma espécie de display que informa os dados do monitoramento de cinco pontos de desempenho do edifício. Entre eles estão água, energia, resíduos, transportes e experiência humana. A cada um desses itens é atribuída uma pontuação que é a base da certificação.
A companhia trabalhou em parceria com o USGBC (unidade do GBC nos Estados Unidos) para integrar software de gerenciamento e gestão de edifícios que a Honeywell já dispunha com o novo display. O que, segundo a executiva, ajudará na correção de rumos para dos itens avaliados para a certificação.
Para Debra, que conversou com a Agência CanalEnergia, não há limites para a obtenção de ganhos com a eficiência energética. Segundo ela, há um caso em São Francisco, nos Estados Unidos, onde um prédio de escritório conseguiu ser autossuficiente em energia tanto que atualmente eles produzem um volume excedente que é colocado na rede de distribuição daquela cidade.