A CPFL Paulista (SP) investiu R$ 182 milhões na rede elétrica de sua área de concessão no primeiro semestre de 2015. Os recursos foram destinados para a ampliação, reforço e manutenção do sistema. O valor é 39,1% superior aos R$ 130,9 milhões aportados pela companhia em igual período de 2014.

Nesse período, as cidades que mais receberam investimentos da empresa foram Campinas, cujo aporte somou R$ 22,42 milhões; Piracicaba (R$ 18,4 milhões); Ribeirão Preto (R$ 11,6 milhões); São José do Rio Preto (R$ 8,9 milhões); Duartina (R$ 8,5 milhões); Franca (R$ 6,851 milhões); Itatiba (R$ 6,42 milhões); São Pedro (R$ 5,9 milhões); Americana (R$ 5,12 milhões); e Bauru (R$ 4,8 milhões).

A distribuidora reportou lucro líquido de R$ 137,7 milhões no primeiro semestre de 2015, queda de 20,8% em relação ao mesmo intervalo de 2014, se considerados os ativos e passivos regulatórios não contabilizados no ano passado. A geração de caixa medida no conceito de Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização teve recuo de 11,1% em igual período de comparação, para R$ 382,2 milhões. A receita líquida subiu 34,2%, para R$ 4,478 bilhões.

Os resultados da companhia no primeiro semestre de 2015 foram pressionados pela retração nas vendas de energia e a expansão dos custos gerenciáveis. A receita líquida, por sua vez, foi favorecida pela Revisão Tarifária Extraordinária, autorizada pela Aneel no fim de fevereiro, e pelo reajuste tarifário realizado em abril deste ano. Essas medidas permitiram repassar aos consumidores uma parcela dos custos mais elevados de compra de energia, reduzindo o descasamento de caixa da CPFL Paulista.

O volume de energia consumido nos 234 municípios atendidos pela companhia teve uma queda de 2,8% no primeiro semestre de 2015 frente ao mesmo período de 2014. Na análise por classe, verifica-se que o consumo de energia dos clientes comerciais ficou estável, com pequeno crescimento de 0,2%, ao passo que o consumo dos consumidores residenciais teve um ligeiro recuo de 0,9%.

Ambas as classes estão sendo impactadas negativamente pela recente desaceleração do ciclo de expansão do consumo de bens pelas famílias, que, entre 2004 e 2014, foi influenciado pelo aumento real da renda, das baixas taxas de desemprego e do aumento da concessão de crédito. Diante desse cenário, é esperado que as taxas de crescimento de consumo de eletricidade se mostrem menos expressivas e, até mesmo, negativas. É importante destacar, entretanto, que a renda elevada da área de concessão da CPFL Paulista, aliada à diversidade da indústria e a um mercado bem estruturado, é um elemento crucial para o desempenho superior na comparação com outras regiões do estado.

Vale destacar que a cadeia de alimentos e bebidas é a mais importante indústria na área de concessão da CPFL Paulista. Essa atividade teve queda de 3,8%, menos pronunciada no mesmo período por ser mais imune a crises e interferências externas, o que reforça a ideia de um cenário menos negativo no ano. O consumo dos clientes da linha “outros”, que inclui rural, poder público, iluminação pública e permissionárias, caiu 5%. Entre os destaques do segundo trimestre de 2015 da companhia está a conquista do Prêmio Abradee na categoria avaliação pelo cliente para distribuidoras com mais de 500 mil clientes, em premiação realizada em julho, em Brasília.