O Brasil vai até o Reino Unido de 28 de setembro a 3 de outubro, quando será realizada a Low Carbon Mission. Representantes do Ministério de Minas e Energia e do setor vão trocar experiências nas áreas de fontes renováveis, redes inteligentes, eficiência energética e energia nuclear. O diálogo já vem desde 2006, quando os países começaram a trocar informações. "O objetivo da missão é o de dar segmento a essas conversas e se enquadrar também em um diálogo oficial", conta Matt Woods, cônsul-geral adjunto britânico no Rio de Janeiro.
O cônsul conta que o compartilhamento maior virá na tecnologia e na integração com as universidades. As trocas de experiências em renováveis virão principalmente através da água. O Reino Unido, geograficamente rodeado pelo mar, tem o maior parque gerador de energia por meio das marés na Europa, além de ser o maior gerador eólico offshore do seu continente. Os britânicos também estão pesquisando a energia hidrocinética, usando o próprio fluxo da água. "No Brasil, visitamos uma UHE em Rondônia com a Universidade Federal de Itajubá para ver a possibilidade de usar a jusante para gerar energia", revela Woods. O Fundo Newton, um fundo do governo britânico para desenvolvimento de colaborações na ciência e inovação em países em desenvolvimento, tem R$ 100 milhões para incentivar a colaboração entre os dois países e pode dar fôlego a temas mundiais como o do armazenamento de energia, área de interesse em que os países podem atuar em conjunto.
Há planos para que em março do ano que vem seja planejado no Brasil um diálogo ministerial entre os países, dando prosseguimento as conversas já iniciadas. Outra área que o Brasil pode vir a aprender com as melhores práticas do Reino Unido é a eficiência energética. Esse é um tema que vem sendo discutido já há algum tempo entre os dois países. A Carbon Trust, empresa do Reino Unido para desenvolver a economia de baixo carbono que começou a sua atuação em projetos de eficiência energética em prédios públicos, recentemente, abriu escritório no país, o que pode intensificar o aprendizado. Desafios na transmissão de energia também poderão entrar na pauta.
Com a meta de tornar a matriz energética mais limpa até 2020, com 15% vindo de fontes renováveis, o governo britânico enxerga o país como um ator importante na segurança energética, tanto no "baixo carvão" quanto no óleo e gás. Para Woods, o Brasil deve mostrar ao mundo que uma matriz de baixa emissão de carbono é possível. "Essa missão é importante por isso. O Brasil tem um papel importante para liderar essa necessidade e fazer com que a economia global fique mais limpa", aponta.