A perspectiva de que o Brasil continue a desenvolver as fontes renováveis não hídricas nos próximos anos atraiu a atenção da FTI Consulting que ampliou seu escopo de atuação por aqui. A companhia chegou por aqui há cinco anos e desenvolve seus negócios em outros segmentos da indústria como mineração e óleo e gás, mas vê na eólica e na solar um grande potencial de crescimento e quer aproveitar sua experiência nos Estados Unidos e Europa para construir sua base nesse mercado aqui no país.

Uma das formas para entrar no mercado nacional com suas soluções que passam por desenvolvimento de projetos, gestão, arbitragem, entre outras, é replicar a parceria que a consultoria possui no exterior com grandes empresas que atuam por aqui também. Entre elas fabricantes de turbinas como Vestas, Gamesa, Acciona, GE e outros. Além disso, por aqui a companhia já possui um contrato com a Renova. “Estamos querendo entrar na cadeia como um todo, estamos aqui há cinco anos e as fontes renováveis estão em um momento, como o próprio ministro de Minas e Energia disse, auspicioso para este segmento”, comentou Cláudio Graeff, diretor sênior da área Soluções de Construção.
A FTI não revela as metas que têm para o mercado brasileiro. No momento a busca da empresa é por projetos em início de implantação porque nessa fase de engenharia básica é o melhor momento para os desenvolvedores mitigarem os riscos de contratação e de construção, fatores fundamentais e que podem impactar na rentabilidade final do projeto. Contudo, disse o executivo a atuação da empresa não descarta entrar em projetos que já estejam em andamento para traçar rotas de correção e minimizar os prejuízos já verificados ao se analisar a melhor saída para o investidor. “Um bom planejamento pode ajudar a reverter as perdas verificadas”, apontou o executivo à Agência CanalEnergia durante a edição 2015 do Brazil Windpower, realizado no Rio de Janeiro.
Para o evento a empresa trouxe ao Brasil Ben Backwell, diretor no escritório de Londres da FTI. Para ele, o momento do mercado eólico, que vem se desenvolvendo no país de forma consistente desde 2009 com os primeiros leilões, é de maturidade. Por isso, a consultoria avalia que este é o momento certo para entrar no setor. Outra característica do mercado nacional é que o segmento solar está em plena ascensão com os dois primeiros leilões organizados pela Aneel. “O segmento eólico está em franco crescimento. Se olharmos o potencial de cerca de 300 GW que o país possui, utilizamos ainda apenas 2% o que deixa ainda muito espaço para crescer”, avaliou Sandro Cunha, Managing Director da FTI Consulting no Rio de Janeiro.
Dente as grandes indústrias, avaliou a FTI, não há um potencial tão grande de crescimento. E citaram a mineração e siderurgia como dois segmentos que estão consolidados e que não possui um potencial de avanço significativo. Já o segmento de infraestrutura, em especial a eólica, está em um momento diferenciado. Tanto que há empresas estrangeiras olhando com boas perspectivas para investimentos no país, relatou Backwell de conversas que a FTI tem com seus clientes no exterior.
No segmento solar, a perspectiva de crescimento também se apresenta atrativo até porque está em um momento anterior à eólica. Para a FTI, essa fonte que começa a ser introduzida no país seguirá o mesmo caminho da força dos ventos, mas com a perspectiva de que seu desenvolvimento deverá ser mais rápido, pois tem como exemplo o que ocorreu em termos de contratação em leilões com a eólica. Além disso, a barreira do custo tem sido vencida, apesar de ser cara é financeiramente viável, como a eólica que avançou e hoje é a segunda mais barata do país.