A agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou de ‘A (bra) ’ para ‘A- (bra) ’ na última sexta-feira, 4 de setembro, o Rating Nacional de Longo Prazo da Renova Energia. A perspectiva de rating é estável. De acordo com a agência, o rebaixamento do rating reflete o aumento da exposição da empresa a projetos em desenvolvimento desde a última avaliação. Houve ainda uma frustração na expectativa da Fitch em relação a um aumento gradual da previsibilidade do resultado operacional da companhia devido a entrada em operação dos projetos.
Ainda de acordo com a agência, o novo posicionamento estratégico da Renova, observado após a assinatura de acordo de venda de ativos com a TerraForm Global, muda os fundamentos da análise e não elimina incertezas quanto ao financiamento da maior necessidade de investimento do crescente número de projetos em construção da companhia, estimado pela agência em cerca de R$ 2 bilhões até 2019. Algum problema no recebimento desses recursos pode pressionar o fluxo de caixa da holding. Tanto a TerraForm Global quanto a SunEdison, seu controlador, não possuem qualidade de crédito avaliada pela Fitch. A provável entrada da SunEdison diretamente no capital acionário da Renova, através da compra da participação de 15,9% atualmente detida pela Light Energia, é considerada pela agência como neutra para a qualidade de crédito da companhia.
Para a Fitch, a concretização da venda de parte significativa dos ativos da Renova para a TerraForm Global, subsidiária da SunEdison, eleva o risco de negócios da companhia. Segundo ela, após a conclusão da transação, a Renova ficará mais exposta à contínua venda de ativos concluídos para garantir o fluxo de recursos que chegará à holding para cumprimento do serviço de suas dívidas, em vez de dividendos. Ela permanece com o desafio de ser bem-sucedida em desenvolver os ativos em construção para concretizar esta operação. Ainda que o acordo com a TerraForm Global mitigue os desafios na busca de recurso, a Fitch entende que a materialização da entrada de caixa depende de variáveis não gerenciáveis pela companhia, o que traz incertezas.
Uma eventual elevação nos ratings seria causada pelo fortalecimento da posição de liquidez da Renova em bases sustentáveis, que poderá chegar com o início da concretização das alienações de ativos e materialização de entrada de caixa das fases 1 e 2 do acordo com a TerraForm Global. Já um rebaixamento viria com possíveis atrasos na entrada e, operação dos projetos em desenvolvimento que impliquem em postergação da alienação dos ativos inseridos no acordo; um aumento significativo do endividamento no nível da holding ou por dificuldades na captação de recursos com perfil de project finance para financiamento dos investimentos.