A multinacional ABB ampliou sua fabricação local de religadores e inversores para atender a demanda da ultima fase de nacionalização de conteúdo exigida pelo BNDES para o setor eólico. Essa operação começou há cerca de dois meses no caso dessa primeira linha de equipamentos e há seis na segunda. A perspectiva de crescimento da demanda eólica e a possibilidade de atendimento à fonte solar ajudaram na decisão de nacionalizar esses equipamentos. Além disso, a empresa também está com a produção de geradores na unidade de Sorocaba (SP).
Segundo o gerente de Negócios em Subestação e Automação de Energia da ABB, Ricardo Bau, a empresa tem a filosofia de não competir com seus clientes. Atua no sentido de atender as suas exigências e com isso nacionalizou esses dois componentes, atendendo assim a necessidade do conteúdo local exigido pelo Finame do BNDES.
“Estamos com os religadores que eram produzidos nos Estados Unidos em nossa unidade de Cumbica e trouxemos a fabricação dos inversores de 2 MW que era feita na Europa para o país”, disse ele em entrevista à Agência CanalEnergia durante o Brazil Windpower 2015, realizado no Rio de Janeiro. “Essa linha também pode ser aplicada à fonte solar que começa a sair do papel, então, é uma ótima oportunidade para fabricantes e o mercado como um todo para poder atender a esses dois mercados”, completou.
Bau disse ainda que para serem produzidos nacionalmente os equipamentos tiveram que passar por uma tropicalização, para se adequar ao clima brasileiro, principalmente nas condições do ambiente onde os projetos eólicos estão localizados, principalmente para suportar a salinidade que é encontrada no litoral do Nordeste. De resto, as tecnologias são absolutamente iguais e compatíveis para as duas fontes renováveis que estão em alta no país. Com uma adequação simples é possível conseguir atender a esses dois mercados.
Segundo ele, a ABB está focada no segmento de renováveis em função de sua perspectiva de expansão no mercado nacional. Contudo, a empresa, que está há 105 anos no Brasil também continua a disputar o mercado em seus tradicionais produtos de transmissão com transformadores a óleo e a seco além de conexão com a rede.