A fabricante de freios de rotor e de aerogerador, Vulkan está otimista com a perspectiva de mercado a partir já de 2016 quando entram em vigor as novas especificações de conteúdo local do BNDES para o segmento eólico. A empresa já projeta um crescimento nas vendas que podem alçar a ter uma participação entre 10% e 15% de mercado e em 2018 a meta é ambiciosa, de chegar a 40% do mercado desse componente.
Segundo o diretor de vendas da empresa, Tiago Bedani, atualmente a companhia não tem uma fatia expressiva. Ele explica que essa situação deve-se ainda à possibilidade que as fabricantes de aerogeradores têm de importar esses componentes. Contudo, já em janeiro o cenário deverá mudar em decorrência da necessidade do aumento da nacionalização de partes dos equipamentos e ele aposta no alto nível de conteúdo local dos produtos da empresa para reverter esse cenário e expandir o alcance da Vulkan.
Atualmente a empresa já tem contratos de fornecimento de freios com dois fabricantes de aerogeradores no país e há conversas com outros dois que devem ser concluídas em até três meses, segundo Bedani, mas sem revelar os nomes dos seus clientes. Esses acordos, limitou-se a dizer, tem como meta o fornecimento de freios de longo prazo.
“Essa nacionalização é fundamental para alcançarmos essas metas. Perder esse apoio do governo quanto ao índice de fabricação nacional prejudica a competitividade ante produtos vindos dos Estados Unidos, Europa e alguns chineses”, explicou ele. Contudo, essa relação de competitividade contra as partes vindas de outros países melhorou em decorrência da desvalorização do real ante o dólar.
O executivo disse que a companhia possui atualmente um nível de nacionalização que é de no mínimo 90%, há importação de componentes que são utilizados nos produtos, mas que representam a menor parte do freio. Se limitam a pastilhas e alguns itens de vedação. E a Vulkan, que começou a atuar no Brasil no setor naval e faz 40 anos por aqui, acredita que o produto padronizado deverá liderar as vendas ao invés de itens customizados por cliente até porque há um problema de demora na certificação de qualidade que pode se arrastar entre seis meses a um ano.
“Como a indústria tem uma agilidade muito grande o melhor é ter produtos que já foram desenvolvidos e padronizados porque os investimentos são para agora e a rapidez é importante no atendimento”, avaliou ele sem descartar a opção de customização de projeto diante da necessidade do fabricante.