Após receber aval do Ministério do Planejamento, a direção da Eletrobras fechou um acordo com os trabalhadores, que retomaram as atividades nesta quinta-feira, 3 de setembro, em quase todas as empresas do grupo. A proposta prevê correção de 8,17% para salários e benefícios, correspondente à variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo nos últimos 12 meses e retroativa a 1º de maio. Foi concedido também aumento real no valor do tíquete alimentação, que passou de R$ 800 para R$ 1mil, além de dois talonários adicionais de tíquete, nos meses de outubro e novembro.
Os termos do acordo coletivo foram propostos pelo vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra Martins, em reunião de conciliação realizada na última segunda-feira, 31 de agosto. Na ocasião, o ministro deu prazo até hoje para que a Eletrobras apresentasse ao TST uma posição do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, responsável por autorizar as cláusulas negociadas.
Os trabalhadores das empresas Eletrobras haviam iniciado uma paralisação de 24 horas na segunda-feira, 1º, em protesto contra a proposta de privatização das distribuidoras do grupo, e pretendiam cruzar os braços por mais 48 horas, na mobilização pela campanha salarial. Com o andamento das negociações, 90% dos funcionários aprovaram a negociação ontem (2) mesmo em assembleias realizadas por seus sindicatos e retornaram ao trabalho nesta quinta-feira, 3, segundo o secretário de Energia da Federação Nacional dos Urbanitários, Fernando Pereira.
“A gente vai assinar o documento com o ministro quando ele retornar de férias, mas o acordo já está valendo”, informou o diretor de Administração da Eletrobras, Alexandre Aniz. O executivo informou que a negociação com o governo foi tranquila e resultou em uma solução que atendeu a todos os interesses.