A presença da cadeia de fornecimento de equipamentos para o setor de energia eólica no complexo do Porto de Suape será preservada. Quem afirma isso é o secretário de Energia de Pernambuco, Eduardo Azevedo, pois o estado continua em busca de atrair empresas para aquela região que já possui unidades de fabricação de torres com a Gestamp, a LM de pás, e a Iraeta de flanges. Além disso, há por lá a fábrica da Impsa que está em recuperação judicial e que deve ser assumida por outra companhia ainda não definida.
O executivo disse à Agência CanalEnergia que o governo quer oferecer Pernambuco como opção de local para as indústrias de componentes para o setor, bem como para novas unidades de produção de aerogeradores. “Estamos buscando novos fabricantes de aerogeradores e a expansão das fabricas que já estão no país”, afirmou ele.
Nesse sentido, o governo local, relatou ele, oferece desde incentivos fiscais como a não creditação de ICMS já que esse não é repassado para os desenvolvedores de parques, a até mesmo ceder o terreno para a instalação da fábrica a depender da relevância do que será produzido e sua agregação de valor na cadeia de produção para o local.
Assim como afirmou o governo do Ceará, Pernambuco argumenta que sua posição geográfica é um dos destaques para o setor. Pois está a meio caminho para grandes mercados produtores de energia eólica, tanto quanto a solar, como a Bahia e Rio Grande do Norte. Além disso, a ferrovia Transnordestina integrará esse porto com outros dois da região Nordeste, o de Pecém, no Ceará, e o de Aratu, na Bahia. E essa interligação ocorre na cidade de Salgueiro, que promete ser um importante polo logístico intermodal que irá se desenvolver.
Já a questão ambiental parece estar equacionada em Pernambuco. Azevedo lembra que hoje é possível a obtenção de licenças prévias em cinco dias úteis e de instalação em até 30 dias. Pela lei, os prazos máximos são de 60 e até 90 dias, respectivamente para cada tipo de documento no processo de licenciamento. “Teoricamente temos cinco meses de prazo, mas fazemos o processo em um mês e uma semana”, ressaltou.
Mas, esse processo não foi obtido por acaso. Ele conta que já houve casos reais no órgão ambiental de Pernambuco onde o gestor responsável pela análise de pedidos utilizou termo de referência utilizado para a UHE Belo Monte para iniciar o processo de uma planta termossolar. Em função de casos como esse o governo desenvolveu um estudo com termos de referência padronizados às necessidades das regiões em Pernambuco onde a análise é feita de forma mais ágil e direcionada para aquele bioma onde um projeto vai se instalar.
Outro fator que vem auxiliando o estado é que pela natureza de não geração de efluentes em projetos de geração de energia eólica ou solar pode-se utilizar o Relatório Ambiental Simplificado ao invés da elaboração de um EIA-Rima. O que proporciona a redução de apresentação desse tipo de estudo ambiental de seis meses para dois meses.
O estado ainda está de olho na expansão da fonte solar no país como uma outra forma de expandir a produção industrial naquela região, principalmente nas localidades mais carentes, que estão mais próximas da porção oeste de Pernambuco. Segundo ele, o leilão de 2013 já foi pensado para aproveitar a perspectiva da chegada da fonte em grande escala por meio dos leilões de energia promovidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica.
O porto de Suape, que está em sua quarta participação no Brazil Windpower ainda quer atrair investimento em um parque eólico em seu terreno. No evento estiveram presentes o presidente e o vice do complexo, Thiago Norões e Bernardo D’Almeida, que iniciaram as articulações para realizar um estudo de viabilidade para o projeto e parcerias com empresas do setor.