A Corporação Andina de Fomento estuda criar um fundo de US$ 500 milhões a US$ 1 bilhão para execução de projetos de integração energética na América Latina. O fundo teria a participação de Eletrobras e começaria em 2017. De acordo com Hamilton Moss, vice-presidente corporativo de energia do CAF, projetos envolvendo fontes devem prevalecer. "Pelo porte do fundo, a escala é para desenvolver projetos como usinas solares, eólicas e pequenas linhas de transmissão", conta Moss que participou nesta quarta-feira, 2 de setembro, do Brazil Windpower 2015, no Rio de Janeiro (RJ).

O fundo seria de dívida e não teria características de equity, como os fundos de investimentos. Ele conta que a ideia veio de conversas com a Eletrobras, que é um cliente do CAF. O parque eólico de Artilheiros no Uruguai, inaugurado este ano, que foi feito em parceria com a UTE, teve financiamento da CAF. "Há o interesse em criar um fundo de integração energética", avisa. Pedro Jatobá, executivo para a área internacional da Eletrobras que também participou do painel, ressaltou que projetos internacionais devem ser pensados no longo prazo e não apenas como oportunidade comercial. Segundo ele, existem experiências de integração exitosas, como a usina de Itaipu e outras nem tanto. Ainda segundo ele, a abundância de recursos em fontes renováveis é uma vantagem para a América Latina.       

O executivo acredita que o cenário de crise é propício para investimentos em infraestrutura. "É o momento adequado para investir em energia", aponta. Ele acredita que projetos de integração energética se mostram atraentes. A CAF movimenta cerca de US$ 20 bilhões por ano. Os novos projetos em energia crescem cerca de US$ 2 bilhões por ano em uma carteira de US$ 6 bilhões. Segundo Moss, há um grande interesse dos países da América Latina em descobrir o êxito brasileiro no setor eólico.

Sobre o momento econômico desfavorável, o executivo acredita que sempre houve por parte da comunidade internacional um otimismo exagerado, que hoje se transformou em pessimismo exagerado. Agora ele pede prudência. "Não fiquem tão eufóricos quanto estavam no passado, e nem tão assustados como estão agora", observa.