O Brasil deverá terminar o ano com 9 GW de capacidade instalada, ou seja, ainda há uma perspectiva de que o país tenha adicionado mais 2 GW ante o que já está em operação. E como já há outros 11 GW já contratados a perspectiva é de que a fonte suba posições no ranking de maiores fontes do país podendo representar até 11% de toda a matriz em alguns anos. Até 2023 a estimativa é de que tenha cerca de 23 GW em capacidade de geração  no país.

Todo esse cenário de otimismo em meio à situação de retração econômica foi apresentado na abertura da edição 2015 da Brazil Windpower, realizada no Rio de Janeiro, que contou com a presença do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. Aliás o ministro iniciou seu discurso revelando que assinou a Portaria 416/2015 que será publicada na edição desta quarta-feira, 2 de setembro, que contém os novos procedimentos para a revisão das garantias físicas dos parques eólicos. Essa medida foi aplaudida pela plateia que lotou a sala de abertura do evento.
“O setor assumiu o protagonismo cada vez maior no setor elétrico brasileiro. O Brasil era apenas um traço em termos de renováveis não hídrica e agora, especialmente com a eólica estamos já entre os quatro do mundo em termos de atratividade de investimentos”, discursou o representante do governo. “O Brasil é um dos principais mercados na expansão da fonte eólica que hoje representa 5% da matriz (…) e podemos alcançar 11% com essa fonte”, afirmou em seu discurso o ministro.
Em diversas oportunidades Braga lembrou que o país passou por uma curva de aprendizagem no setor. Lembrou do início de um programa para eólicas – entre outras – com o Proinfa e sua evolução até o atual estágio, que prevê até 2018 adicionar mais 9 GW de capacidade. Ou seja, comentou, fazer em menos de três anos o que se gastou quase uma década para se desenvolver.
Apesar desse cenário, Braga admitiu que há desafios no setor e que estes devem passar por uma solução que contempla o envolvimento do governo federal, iniciativa privada e estados. Dentre esses desafios está o da logística para permitir o aumento da capacidade de geração de cada aerogerador.
Nesse sentido, os governadores que participaram da abertura do Brazil Windpower 2015 procuraram demonstrar como vêm procurando mudar condições em cada região. No caso do Rio Grande do Norte, que possui a maior capacidade instalada por estado no Brasil, destacou Robinson Faria, um novo sistema eletrônico permitiu agilizar a emissão de licenciamento ambiental. “Foram emitidas 2,5 mil licenças no estado, trazendo segurança jurídica e agilidade para o setor”, afirmou o governador potiguar.
Por sua vez, Wellington Dias, do Piauí, destacou que o estado tem mapeado o seu potencial e quer atrair a geração de energia. Ele indicou que a meta seria a de ter uma Belo Monte de capacidade instalada, sendo que a eólica é a prioridade. Ele lembrou que o Piauí tem uma outra vantagem que é a localização dessas jazidas de ventos. Mesmo com uma importante parcela desse potencial no litoral, foi mapeado que no interior do estado esses ventos são melhores à noite o que traz um potencial de parques híbridos com a solar.