Dois leilões em dois anos com cerca de 2 GWp de capacidade contratada. O ambiente para a energia solar fotovoltaica poderá destravar o segmento no Brasil não somente para a geração centralizada, mas também para a distribuída. É que esse volume já contratado deve atrair fornecedores ao país com a meta de ofertar equipamentos enquadrados no Finame, e dessa forma, expandir a oferta à geração distribuída. Quando esse momento chegar, o banco de fomento projeta ainda dispor desses equipamentos até para o cartão BNDES e estimular a GD de forma mais abrangente já que o banco também financia até 70% dos projetos.

Essa é a avaliação do superintendente de Infraestrutura do BNDES, Nelson Siffert. Segundo ele, à medida que o segmento avance no país é possível que se oferte ao mercado de menor porte produtos automáticos de crédito para a expansão da geração distribuída na fonte solar fotovoltaica. Nesse sentido, disse o executivo, o cartão BNDES poderá ser a via de acesso já que permite investimentos a TJLP.
“Em breve poderemos colocar no cartão do BNDES os painéis fotovoltaicos. Mas ainda não temos esse prazo, depende do desenvolvimento da cadeia de fornecedores no país, temos conversas com fabricantes e empresas interessadas em se instalar por aqui”, disse ele. Inclusive, destacou, a expectativa do banco é de que já exista um fornecedor de painel credenciado no país até o final do ano.
“O Finame vale tanto para a geração centralizada quanto a distribuída e à medida que o mercado avança a GD crescerá com grande intensidade”, avaliou o executivo do BNDES após o evento Diálogos Capitais, realizado em São Paulo. Um das vantagens em se ter equipamentos credenciados na linha de financiamento, lembrou Siffert, é o risco cambial. Contudo, ponderou ainda que há questões regulatórias e tributárias a serem resolvidas para ver realmente a GD explodir no país.
Aliás, a política para a introdução da cadeia solar no país vai seguir o sucesso trilhado pela eólica. Com a exigência de níveis cada vez mais elevados de nacionalização de equipamentos a meta do banco também é a de integrar uma política energética com a industrial já que o financiamento a condições mais vantajosas é dado a empresas com investimentos no país.
As regras já estão no site do banco. Esses dois primeiros anos servirão para incentivar a chegada de empresas no país, até porque, o requisito inicial para as instalações são perfeitamente atendidas por qualquer companhia. Somente em 2018 é que começa a ter a necessidade da produção de células fotovoltaicas nacionais. “Só iremos financiar empreendimentos solares desde que os equipamentos utilizados sejam credenciados no Finame. Nenhum parque solar receberá recursos sem o Finame”, ressaltou.