Trabalhadores do sistema Eletrobras iniciaram uma paralisação de três dias a partir desta segunda-feira, 31 de agosto, em protesto contra a privatização das sete distribuidoras do grupo e pela campanha salarial de 2015. A mobilização do primeiro dia tem como foco os planos da estatal para a venda de parte ou do controle das concessionárias de Goiás, Alagoas, Piauí, Amazonas, Rondônia, Roraima e Acre, mas está prevista também reunião de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho.
O secretario de Energia da Federação Nacional dos Urbanitários, Fernando Pereira, explicou que a paralisação é resultante da falta de acordo com a direção da Eletrobras. Os eletricitários querem a reposição da inflação dos últimos 12 meses, mais 2,47% de ganho real, o que dá um índice de correção salarial de 11,3%. A pauta inclui ainda o reajuste do valor de beneficios como tíquete refeição e auxílio creche.
Segundo Pereira, a empresa aceita recompor a inflação a partir de setembro. O encontro de hoje à tarde será mediado pelo presidente do TST, Ives Gandra Martins, que já havia participado em julho de audiências que resultaram no acordo sobre o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados da empresa.
A direção da estatal alega dificuldades, mas os sindicalistas questionam a manutenção de cargos comissionados com altos salários, 50 deles na holding e 177 nas subsidiárias. Este último grupo, de acordo com o sindicalista, tem profissionais que não são do quadro e ganham em media R$ 500 mil por ano. Pereira afirma que somente com essas exonerações a empresa economizaria R$ 85 milhões.