O resultado do leilão de transmissão da semana passada pode ter sido motivado por uma percepção de risco mais elevada por parte dos investidores quando comparada ao que se oferta nos certames. Segundo o superintendente de infraestrutura do BNDES, Nelson Siffert, o segmento não passa por um bom momento, pois as condições de retorno têm afastado os investidores.

Em sua análise, esse mercado precisa ser desenvolvido novamente porque as taxas internas de retorno obtidas nesses projetos caíram muito. Esse fator é apontado pelo executivo do banco de fomento federal como o que tem  afastado investidores. “Precisa de maior atratividade no mercado. O licenciamento prévio para o leilão da linha poderia ser feito para reduzir o risco e para recompor a atratividade dada a situação do mercado elétrico brasileiro”, disse ele após a sua apresentação no evento Diálogos Capitais, realizado em São Paulo.

Entre as medidas que ele aponta serem as mais adequadas para esse momento, está o aumento da taxa de retorno seria o caminho. “Além disso, o próprio mercado deve definir essa taxa de retorno por meio de competitividade estimulada pelos leilões. Talvez haja uma percepção de risco por parte dos investidores maior do que a atratividade que se tem colocado nos projetos nessas disputas”, argumentou Siffert.

Ele cita a pouca ou quase nenhuma atratividade que os lotes de médios a pequenos têm registrado nos certames da Aneel. Ele lembra que esses projetos não atraem a atenção de grandes investidores como os chineses que tem dado prioridade a grandes linhas como a de Belo Monte. Contudo, se houver maior atração é possível que se tenha mais investidores interessados uma vez que o segmento de transmissão tem como características ser estável em rentabilidade e controlável em termos de custos.