O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social projeta alcançar um volume de desembolsos de R$ 20 bilhões para o setor elétrico este ano. Se essa previsão se confirmar, representará um aumento de cerca de 30% sobre o histórico dos últimos anos que tem registrado um montante médio na casa de R$ 15 bilhões.
De acordo com o superintendente de Infraestrutura do BNDES, Nelson Siffert, a participação média do banco de fomento nos projetos do setor elétrico está na casa dos 65% tomando como base um histórico de 12 anos. Segundo o executivo, de 2003 até o final do primeiro semestre desse ano o BNDES atuou em projetos que somam investimentos de R$ 265 bilhões. Do total desses recursos, a instituição foi responsável por R$ 155,4 bilhões em desembolsos, distribuídos por 504 projetos pelo país.
A tendência, segundo ele, é de que a participação de financiamentos dos projetos do setor deverão se manter em 65%, contudo pelo lado do banco deverá se situar no patamar de 50% dos valores dos investimentos e, segundo suas palavras, essa faixa entre 50% e 65% deverá ser viabilizada por meio de debêntures de infraestrutura. Até porque, lembrou, o nível de alavancagem máximo de projetos considerado pelo BNDES tem como base o índice de cobertura de serviço da dívida e é de 1,2 e se refere à capacidade de pagamento da dívida da empresa, calculado como a geração de caixa operacional liquida de impostos dividido pelo serviço da dívida da companhia.
Siffert exemplificou que essa ferramenta de financiamento começa a ser utilizada com mais propriedade pelo setor eólico. Segundo dados apresentados no evento Diálogos Capitais, em São Paulo, o segmento eólico é o que mais tem se utilizado desses papeis com um montante captado de cerca de R$ 1 bilhão em 13 projetos. No geral o setor elétrico já consegui captar cerca de R$ 3 bilhões e a expectativa é de que se registre um valor de funding de mais R$ 1 bilhão este ano.