A Parnaíba Gás Natural, fornecedora exclusiva de gás natural para o complexo termelétrico do Parnaíba, no Maranhão, comemorou na última quarta-feira, 26 de agosto, a declaração de comercialidade da descoberta de mais um campo de produção na Fazenda Santa Vitória (MA). Batizado de Gavião Vermelho, o novo campo contribuirá para ampliará a capacidade de produção de gás da PGN. Com isso, a companhia consolida um modelo de negócio que pode ser a solução para a viabilização de novas térmicas a gás no Brasil. Hoje a limitada oferta de gás e gasodutos impedem o crescimento desse mercado no país.

"Acreditamos que a estratégia de "gas to wire" é uma estratégia vencedora", afirmou Pedro Zinner, CEO da Parnaíba Gás Natural, uma empresa formada pela Eneva, a alemã E.On e Cambuhy Investimentos. Segundo o executivo, as estações de tratamento de gás ficam a 800 metros do complexo termelétrico, que hoje opera com 908 MW de capacidade – com mais 518 MW em desenvolvimento. "Conseguimos comprovar que esse é um modelo factível e vencedor. Se a gente tiver a oportunidade de desenvolver térmicas perto das unidades de tratamento de gás, acho que faz todo sentido econômico. O país precisa mais desse tipo de modelo." 

O volume estimado de gas in place de Gavião Vermelho é de 2,65 bilhões de metros cúbicos de gás. Esta é a quarta declaração de comercialidade da PGN este ano. Os campos de Gavião Vermelho, Gavião Branco Sudeste, Gavião Branco Norte e Gavião Caboclo se juntam aos campos de Gavião Real, Gavião Branco e Gavião Azul, permitido que a companhia alcance a meta de elevar sua capacidade de produção em 70%, passando de 4,9 milhões de metros cúbicos por dia para 8,4 milhões de metros cúbicos por dia a partir de julho de 2016. Juntos, os sete campos têm volume estimado de gas in place de 26,2 bilhões de metros cúbicos.

Para atingir essa meta, a PGN está conduzindo a maior campanha privada de perfuração onshore do Brasil neste ano, com volumes de investimentos estimados em R$ 1 bilhão. Em 2015, a empresa deve atingir a marca de 100 poços perfurados na Bacia do Parnaíba. "O custo de perfuração de um posso era de US$ 7,5 milhões, hoje a gente está fazendo isso a US$ 5,5 milhões, 40% mais baixo que o preço inicial. Isso gera vantagem comparativa", disse Zinner, em entrevista à Agência CanalEnergia. “Com esse 8,4 milhões de capacidade, essas térmicas do complexo do Parnaíba, se elas estiverem operando a 100% do despacho, vão representar quase 7% da capacidade de geração térmica do Brasil. Acho que é um componente importante para o país”, lembrou o executivo.

O executivo demonstrou otimismo com a 13ª Rodada de Licitações de blocos de exploração de petróleo e gás, marcada para 7 de outubro deste ano. Ele reconheceu que o contexto econômico mundial do valor do petróleo afeta a atratividade do leilão, mas lembrou que essa é uma indústria cíclica e que é preciso pensar a longo prazo. Apesar de não divulgar a estratégia para o leião, Zinner deu a entender que a PGN tem interesse em ampliar seus negócios além da fronteira do estado do Maranhão. "Não vamos só focar em um negócio. Existe um interesse em um determinado momento da empresa diversificar. Mas o Maranhão é o core business da empresa e vai continuar sendo".