A CPFL Renováveis ainda está avaliando se participará ou não do 1º Leilão de Energia de Reserva, marcado para a próxima sexta-feira, 28 de agosto. O preço teto de R$ 349/MWh estabelecido para a disputa é considerado ainda abaixo do que a expectativa do mercado em decorrência da situação econômica do país.

“A nossa expectativa era de preço um pouco mais alto e temos ainda questões de estruturação do supply chain na parte solar. Além disso há o prazo que temos que contar para que o fabricante se estabeleça no Brasil. Estamos atentos e fazendo contas, mas esperávamos preços mais atrativos e estamos avaliando apesar de termos projetos cadastrados”, afirmou o diretor presidente da CPFL Renováveis, André Dorf, no III Encontro com Investidores promovido pela empresa nesta terça-feira, 25 de agosto, em Campinas (SP).

Apesar dessa relativa decepção com os valores propostos, Dorf disse acreditar que a tendência de preços em geral no Brasil é de elevação com o realismo tarifário que o governo vem praticando. E aproveitou para elogiar a disposição do poder concedente em dialogar com o mercado. Por isso, disse acreditar que essa realidade de preços deverá permanecer.

Independente desses fatores, a CPFL Renováveis trabalha com a expectativa de que a fonte solar deva apresentar um crescimento de 38,3% ao ano. Esse indicador deve-se muito em função da baixa participação da fonte na matriz energética no Brasil.

Esse fator é um dos que têm atraído novos fabricantes para o país. Temos conversado com fabricantes interessados em entrar no país em investir na fonte e de instalar no Brasil. Os fornecedores para a fonte, disse Dorf, estão mudando sua postura diante do dilema entre investir em uma fábrica no país sem demanda ou esperar a demanda para investir. Segundo seu relato, canadenses, chineses, entre outros, veem que o investimento para ter uma fábrica por aqui não é tão alto e com isso já estão com a autorização de seus conselhos de administração para investir por aqui.

Nos planos da CPFL Renováveis, a intenção não é a de ter um contrato guarda chuva como outras empresas já fizeram em eólicas. No momento a empresa negocia com dois fabricantes de equipamentos, mas não revela os nomes. “A experiência de Tanquinho será levada em conta, pois desmistificou aspectos relacionados a tecnologias e inversores, serviu para tomar certos cuidados e até na operação da planta”, destacou.

A recente elevação do dólar ante o real não é um aspecto que parece ter peso fundamental para a decisão da empresa. Dorf lembra que há o risco cambial nesse setor, mas que por conta do prazo relativamente curto para se implantar um projeto solar, há a perspectiva de se forma um hedge para se proteger dessa variação.