A CPFL Renováveis aposta no atual momento de desconforto econômico para diversas empresas para poder crescer por meio de aquisições. Segundo o  diretor presidente da companhia, André Dorf, a empresa olha para projetos que estão prontos e em operação, mas não aqueles em desenvolvimento nesse momento.

“Estamos olhando projetos prontos e não olhamos em desenvolvimento porque temos nosso próprio pipeline de projetos”, definiu ele em coletiva após sua apresentação no III Encontro com Investidores, realizado na cidade de Campinas (SP). Ele destacou que o mercado de geração por meio de fontes renováveis é bastante pulverizado. Por isso, há um grande potencial de consolidação no mercado. O executivo listou uma série de situações particulares de empresas no setor.

Uma é de empresas de PCHs que estão assustadas com o nível do GSF. Um outro perfil de empresa no setor é controlada por um empreendedor de médio porte que contava com o mercado de capitais para viabilizar projetos, mas como esse recurso está, de certa forma, fechado para IPOs, adia a execução de projetos porque necessita desse equity. E ainda, listou, há aquelas que estão buscando reciclar seu portfólio de projetos focando sua atuação em uma região do país e deixando outra. Um quarto tipo é aquela grande empreiteira que precisa dar respostas a outras questões e precisam monetizar ativos.

Contudo, Dorf não descartou projetos novos de expansão negociados em leilões da Aneel. Cada um, disse, tem suas vantagens e desvantagens. Ao se adquirir um projeto em operação obtém-se uma geração de Ebitda imediata, sem enfrentar os riscos de implantação do projeto, mas com o ônus de ter que recorrer apenas a equity ou a empréstimos mais caros por meio de debêntures ou com bancos comerciais. Já os novos projetos passam por mais prazo para planejar o fluxo de recursos, mas o projeto demora para gerar caixa.

Em ambos os casos, afirmou, a empresa está bem posicionada porque seu endividamento, apesar de estar acima da média do setor, é saudável e está caindo rapidamente. A CPFL Renováveis encerrou o segundo trimestre com um endividamento de seis vezes a relação divida líquida sobre o Ebitda. Mas essa relação tende a recuar rapidamente em decorrência da entrada em operação de projetos e sua consequente geração de caixa. “Essa é uma dívida saudável, pois é de uma empresa em crescimento”, afirmou em sua apresentação.

Sobre o BNDES, a empresa disse estar conseguindo o nível máximo de financiamento por meio do Finame que é de 70%. “Não estamos encontrando dificuldades operacionais com o banco”, acrescentou.