O impacto do GSF sobre os resultados da Eletrobras desde o início do ano é de R$ 2,4 bilhões. Contudo a companhia ainda espera as definições da audiência pública da MP 688 que foi aberta pela Aneel nesta quarta-feira, 19 de agosto, para poder saber como os valores retroativos a janeiro deste ano serão tratados e como se dará a sua recuperação pelas empresas.

Essa conta leva em conta se o risco fosse de zero para a Eletrobras, que mantém um hedge de 5% de sua energia assegurada. Contudo ainda há a questão das contrapartidas que o gerador terá que pagar para mitigar o seu risco ao GSF. “Não dá para adiantar nada até que tenhamos as contribuições”, disse o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Eletrobras, Armando Casado de Araújo após reunião com analistas e investidores promovida pela Apimec-SP.

Ele explicou que a lógica desse valor de impacto não é de pegar apenas o custo do GSF porque há a contrapartida que o gerador tem que pagar, uma espécie de seguro para ele limitar o GSF. Segundo o executivo, essa contrapartida é formada por diversas frentes, além desse prêmio, a energia secundária eventual é transferida para a conta das bandeiras tarifárias além de outras contas que precisam ser feitas e como se gera o ativo financeiro e que no final não deverá onerar o consumidor.

Questionado sobre a limitação do risco a 12% e que a partir desse nível seria repassado para o consumidor, Araújo disse que não acredita que o GSF possa ultrapassar esse patamar. Entre os argumentos ele lembra que o país contará com uma grande quantidade de energia entrando no ano que vem assim como a redução dos limites de interligação entre as regiões do país em termos de transmissão. Além disso, lembrou que outro fator favorável ao setor é a questão macroeconômica que tem levada à redução da demanda. Segundo sua avaliação, a tendência com esse cenário é de que o GSF fique muito baixo. Não arriscou um nível para esse indicador, pois ainda depende do nível de chuvas do período úmido.

Sobre as liminares, disse que a retirada das ações, como deseja o governo federal como uma das contrapartidas para a adesão à MP 688 só deverá ocorrer após as contribuições à Audiência Pública sobre o assunto.