Tendo investido R$ 575 milhões no primeiro semestre deste ano, o Grupo Cemig acredita que esses investimentos vão lhe dar mais fôlego para a renovação da concessão da Cemig-D. De acordo com Luiz Fernando Rolla, diretor de Relações Institucionais e de Comunicação da empresa, ela vai poder se ajustar ao cumprimento dos indicadores de qualidade que serão exigidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica para a renovação. Até o fim do ano, a intenção é que sejam investidos R$ 1,23 bilhão na concessionária. "Fizemos um ajuste profundo na distribuidora para que esses investimentos fossem feitos”, explicou Rolla, que participou de conferência com analistas nesta quarta-feira, 19 de agosto. Até o fim do ano, a intenção é ligar 250 mil consumidores na rede.

A alta das tarifas de energia também não vem causando grande impacto nos índices de inadimplência da distribuidora. Segundo Rolla, o que ocorreu foi a retração no consumo. Na comparação com o primeiro semestre de 2014, houve redução no consumo total de 1,8%. Já em relação ao segundo trimestre do ano passado, a queda foi de 4,1%. O consumo na classe residencial caiu 8,6% na comparação com o segundo trimestre do ano passado. "Apesar do aumento de preço das contas, não temos observado um aumento na inadimplência nem das perdas comerciais", observa o executivo. 

Caso o FIP Redentor queira executar a cláusula de put a que tem direito na Light, a Cemig vai buscar outros sócios investidores. O objetivo do grupo é que a distribuidora que atende a capital do Rio de Janeiro continue a ser gerida como uma empresa privada. "Estamos conversando para ver qual é o apetite deles para a continuidade da estrutura que desenvolvemos na Light", avisa. A Cemig ainda aguarda a publicação do acórdão com a decisão desfavorável à empresa no mandado de segurança da UHE Jaguara. A empresa também observa a movimentação que está sendo feita políticos e grandes consumidores livres do estado para que a Medida Provisória 677 seja estendida a usinas da Cemig, a exemplo do que foi feito com a Chesf.