O rombo financeiro causado pelo GSF nas receitas dos geradores hidrelétricos está estimado em R$ 12,5 bilhões em 2015. Segundo o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica, Tiago Correia, o impacto verificado é de R$ 10,3 bilhões até o momento. Para o restante do ano, a estimativa é que esse rombo se amplie em mais R$ 2,24 bilhões. Os cálculos foram feitos pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica e não consideram a energia de responsabilidade da hidrelétrica de Itaipu e das usinas integrantes do regime de cotas.

O GSF é o resultado de um mecanismo de ajuste de contratos que impacta os agentes geradores pertencentes ao MRE (que funciona como um condomínio). Quando as usinas geram abaixo da garantia física, esse déficit é compartilhado pelas empresas participantes do MRE, com consequente redução de receitas das empresas. A hidrológica desfavorável e o consequente aumento da geração termelétrica intensificaram os efeitos negativos do GSF nos últimos dois anos no setor elétrico. A estimativa é que as usinas hidrelétricas integrantes do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) gerem em 2015 o equivalente a 83% de suas garantias físicas.

Para Correia, o principal fator do aumento do GSF é o crescimento da carga em um ritmo mais acelerado que a expansão hidrelétrica. "Carga vai crescer mais rápido que a capacidade de geração hidrelétrica. E como a carga cresce, os riscos de GSF, embora não se tornem mais profundo, vão se tornar mais frequentes", disse. Ele lembrou que um portfólio diversificado de fontes possui o poder de minimizar o risco associação à geração hídrica.

Em 2015, o rombo verificado no Ambiente de Contratação Regulado é de R$ 4,65 bilhões, e de R$ 5,65 bilhões no Ambiente de Contratação Livre, nas contas da CCEE. Para o restante do ano, estima-se um impacto adicional de R$ 1,06 bilhão para o ACR e de R$ 1,18 bilhão para o ACL.