A Copel aguarda as publicações de duas medidas provisórias na semana que vem para fazer projeções quanto aos preços futuros no mercado livre e sobre a sua política de comercialização de energia. Na avaliação da empresa as medidas deverão trazer impactos profundos em todas as projeções de preços no setor elétrico. O conjunto de medidas previstas são as que tratam do GSF e as regras referentes aos geradores de usinas hidrelétricas, inclusive as vencidas, como, além da própria Copel, a Cesp e Cemig.

“É esperado para a semana que vem duas MPs que corroboram a nossa expectativa de mudança, uma é para o GSF e a outra impacta também não somente a Copel, mas a Cemig e a Cesp, as novas regras para as concessões incluindo as usinas vencidas em julho. Então não temos como projetar preços no mercado e a estratégia, pois as medidas deverão impactar bastante”, comentou o diretor presidente da Copel, Luiz Fernando Vianna, em teleconferência com analistas e investidores da empresa sobre os resultados do segundo trimestre.
Segundo o executivo a expectativa acerca da possibilidade de que as vencedores das licitações possam ficar com uma parte da energia altera as condições e tornaria esses ativos bastante atrativos. E se realmente se confirmar essa expectativa, disse Vianna, a Copel teria todo o interesse em disputara relicitação das duas usinas cujos contratos com o governo se encerraram no mês passado, a UHE Parigot de Souza e a Mourão I.
Mais cedo, nesta sexta-feira, 14 de agosto, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, falou no Rio de Janeiro que as medidas estavam quase prontas para serem publicadas. Ele reforçou os princípios básicos da medida que trata do GSF e ainda falou brevemente sobre a segunda que trata das concessões de hidrelétricas, mas sem dar mais detalhes sobre o que o governo planeja nesse sentido.
Os executivos da Copel que participaram da teleconferência não quiseram arriscar como deverá vir a proposta do governo para o GSF. Conforme já discutido, as ideias vem mudando e que somente com o texto publicado é que deverá se ter uma ideia mais abrangente das questões. O que eles apontaram para o GSF é que o governo pode adotar parcialmente uma forma de cálculo do GSF que foi classificada como ‘purificação do GSF´, ou seja, eliminar da formação desse índice os componentes que deslocam a geração hídrica como a geração térmica fora da ordem de mérito, a importação de energia e a energia de reserva. Apenas essa última não conta com a simpatia do poder concedente nesse processo de purificação do GSF.