A decisão do Tribunal de Contas da União em paralisar o processo de renovação das concessões preocupa o Ministério de Minas e Energia. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, a indefinição de mais de três meses atrapalha inclusive o plano de desinvestimentos do governo no setor, que inclui a venda da Celg (GO), que é o maior ativo de distribuição em poder da Eletrobras. "O plano estaria em curso e estaremos atrasando a partir do fim do mês se não houver a decisão do TCU", avisa ele, que visitou nesta sexta-feira, 14 de agosto, a sede de Furnas, no Rio de Janeiro (RJ).
Se dizendo confiante, Braga contou que tem conversado com o ministro do TCU José Mucio Monteiro e espera que em agosto uma solução saia. Ainda de acordo com ele, o processo de venda Celg serviria de modelo para a venda das outras distribuidoras, vendo como o mercado responderia, para que fosse feito o planejamento da venda de cada uma. Ele cita como exemplo a CEA (AP), que está com a rede de distribuição obsoleto mas tem uma transmissão de alta qualidade no estado para escoar a energia das usinas de Ferreira Gomes e Santo Antônio do Jari. "Sem o contrato de distribuição, a CEA não tem acesso a crédito", avisa.
Ele disse ainda que a demora do TCU impossibilita a implantação de um plano de modernização da rede de baixa tensão, o que implicaria em investimentos entorno de cinco anos "Nós precisamos atuar firmemente nos investimentos na modernização dessa rede", avisa. Segundo ele, a recuperação dos índices de qualidade na distribuição também fica prejudicado.