O ministro de Minas de Energia, Eduardo Braga, voltou a defender a continuidade do programa nuclear brasileiro. Ele, que esteve na última quinta-feira, 13 de agosto, na Escola Naval de Guerra, no Rio de Janeiro, sugeriu, inclusive, que o país invista em uma política para o desenvolvimento da tecnologia de enriquecimento de urânio. Ele lembrou que o país dispõe de uma grande oferta do insumo, mas produz apenas 7% do que necessita.
Ainda durante o evento, Braga criticou o atual modelo brasileiro de concepção de usinas nucleares. "Está cada vez mais claro que esse modelo não está dando certo, por mais que a gente tente fazer, a gente tem descoberto que é falho", disse. Ele informou que está em estudo um novo modelo para a construção das novas plantas atômicas no país. Nesse novo formato, a iniciativa privada seria responsável pela construção civil e pela montagem eletromecânica dos novos projetos. A operação e o enriquecimento de urânio continuaria sendo de responsabilidade do governo brasileiro.
Braga afirmou que o Brasil buscará desenvolver quatro novas usinas nucleares até 2030. Essas usinas serão instaladas de forma modular na região Sudeste, por ser o principal centro de consumo do país – o que contradiz previsões anteriores de que as usinas seriam construídas no Nordeste. "O nosso interesse é que essa térmica esteja no centro de carga, provavelmente vai ser no Sudeste, por estar no centro de carga", disse. As usinas devem ser concebidas com 1.200 MW de potência. A meta é chegar a 2015 com 15 usinas nucleares do Brasil. "É importante continuar nesse modelo pela segurança energética. O Brasil não pode abrir mão da atualização tecnológica. E nesse contexto nós temos que ter as usinas nucleares no país."
Sobre os escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras e a Eletrobras, Braga disse que o país vive um grande "Big Brother", em referência ao reality show em que os espectadores ficam aguardando o próximo capítulo. "O que estamos passando no Brasil é importante e necessário para o futuro do país e para o futuro do petróleo. Nós vamos amadurecer com isso e criar uma sociedade mais transparente".