Cinco parques eólicos da Queiroz Galvão Energia estão entre os dez empreendimentos que mais produziram energia entre junho de 2014 e maio de 2015, segundo dados do último Boletim Mensal de Geração Eólica do Operador Nacional do Sistema Elétrico. O boletim aponta que todos esses empreendimentos apresentaram fator de capacidade acima de 50%. A usina Icaraí I ficou em primeiro lugar, com 57,50% de fator de capacidade, Taíba Andorinha em terceiro, com 54,10%, Colônia na sexta posição, com 53,60%, Icaraí II na oitava, com 52% e Taíba Águia em nono lugar, também com 52%.

“Esse fator de capacidade é excepcional, principalmente quando levamos em conta que a média nacional é 34,4% e, especificamente, no Nordeste, esse número gira em torno de 38,4%”, destaca Max Xavier, CEO da Queiroz Galvão Energia. Segundo o executivo, a produtividade dos parques da Queiroz Galvão reflete a combinação de dois fatores: a implantação de projetos em locais com potencial eólico diferenciado e a escolha apropriada dos aerogeradores. Segundo Xavier, a altura em que a torre é posicionada também é determinante para o melhor aproveitamento do vento. Os parques da Queiroz Galvão utilizam torres de concreto posicionadas a 100 metros e foram fabricadas pela própria empresa. "De fato, esses parques tiveram uma produtividade muito grande, bem acima do esperado e bem acima dos seus pares na própria região.”

Já os aerogeradores utilizados pela Queiroz Galvão foram fornecidos pela indiana Sulzon. A máquina modelo S.95 de 2.1MW foi criteriosamente escolhida considerando, principalmente, o fator de disponibilidade do equipamento, que hoje está entre 97% e 98% do tempo. "Não adianta ter um excelente vento e uma excelente turbina se ela passa muito tempo desligada por questões de manutenção. É muito importante que se tenha uma máquina robusta, que exija pouca manutenção preventiva, para ter um fator de disponibilidade alto”, detalha Xavier, em entrevista à Agência CanalEnergia.  

Completam o top 10 do ONS duas usinas da Tractebel, sendo Trairi (56,7%) em segundo e Fleixeiras 1 (53,9%) em quinto; duas usinas da Statkraft Energia do Brasil: Novo Horizonte (54%) na quarta posição e Seabra (52,8%) na sétima. A décima posição está o conjunto Igaporã Planaltina (50,50%), da Renova Energia. Os projetos estão localizados nos estados da Bahia e Ceará.

Levantamento realizado em 2014 pela Associação Brasileira de Energia Eólica, com base em dados consolidados do Global Wind Energy Council (GWEC), revela que o Brasil dispõe do maior fator de capacidade entre os países investidores de energia eólica, ficando à frente de Estados Unidos (32,10%), Canadá (31%), México (30%), Dinamarca (28,4%), Portugal (26%), China (21,6%), Japão (19%) e Alemanha (19%).

De acordo com a presidente-executiva da ABEEólica, Elbia Gannoum, a qualidade dos ventos brasileiros contribui para o desempenho acima da média na comparação mundial. “Ventos fortes, constantes e sem turbulência. Essas características fazem com que a produtividade da máquina seja muito maior”, sintetiza a executiva. Em 2014, a produtividade média dos parques eólicos licitados a partir de 2009 ficou em 41%. Considerando as usinas do Proinfa, essa taxa cai para 38%. Os contratos de concessões no Brasil exigem que desempenho médio seja superior ou igual a 40%.

Nos últimos seis anos, as eólicas têm tido um papel importante na expansão do parque gerador. Somente em 2014 a energia dos ventos registrou geração total de 12 TWh e representou um benefício liquido para o sistema de mais de R$ 5 bilhões, evitando o alto custo do despacho térmico, segundo cálculos da ABEEólica. Em 2015, os níveis de geração eólica permaneceram quebrando novos recordes. No dia 30 de julho, por exemplo, foi atingida a marca 3.269 MW de geração eólica no Subsistema Nordeste, representando 33% da carga deste subsistema com fator de capacidade de 76%.

Atualmente a Queiroz Galvão Energia possui quase 700 MW em operação, distribuídos em quatro complexos eólicos, localizados nos estados do Ceará e Rio Grande do Norte, com 343 MW de capacidade instalada, três hidrelétricas em Minas Gerais, Mato Grosso e Santa Catarina, com 301,5 MW de potência instalada, e uma PCH em Minas Gerais, de 19,01 MW. A empresa também possui dois grandes complexos eólicos em construção, no estado do Piauí, que juntos somam 386 MW. Os dois empreendimentos serão entregues em duas etapas: até dezembro de 2015 e dezembro de 2016, respectivamente.