A GE, atual líder do mercado de turbinas eólicas no Brasil, ampliou em 30% a capacidade de produção de sua fábrica de aerogeradores, localizada em Campinas, no interior de São Paulo. A capacidade passa de 400 para 500 máquinas por ano. “Apostamos no desenvolvimento da energia eólica desde antes do primeiro leilão de energia eólica no Brasil e continuaremos a acreditar na importância desta fonte para a maior estabilidade do sistema energético do Brasil”, diz Jean-Claude Robert, líder de da divisão de Energias Renováveis da GE para América Latina.
Uma das principais parcerias firmadas pela GE nesse contexto foi com a fabricante sueca de rolamentos SKF, que em junho iniciou a operação de sua primeira fábrica de rolamentos eólicos (pitch e yaw) no Brasil, localizada em Cajamar, em São Paulo, e fruto do investimento de R$ 73 milhões. A chegada do novo player ao mercado brasileiro deverá duplicar a capacidade de rolamentos fornecimento para todo o setor eólico, até então atendido por uma única empresa.
Os rolamentos produzidos na nova fábrica são considerados fundamentais na estrutura dos aerogeradores (conecta o hub às pás e a nacelle à torre) e, até então, era um dos principais gargalos na cadeia de suprimentos do País. “A partir da entrada da SKF expandimos a cadeia nacional de suprimentos e estimulamos o crescimento contínuo da indústria eólica, ao mesmo tempo em que cumprimos com a regra de nacionalização de componentes”, explica Rodrigo Ferreira, diretor de Suprimentos do braço de Energias Renováveis da GE.
O contrato entre as empresas prevê uma parceria de longo prazo que beneficiará não somente a GE, mas outros fabricantes de aerogeradores com atuação no Brasil. As encomendas da GE ocuparão parte da capacidade produtiva da SKF, podendo a parceira negociar o restante com outros players que mantém atuação no mercado brasileiro.
“A produção em território brasileiro se deve, fundamentalmente, às perspectivas de crescimento do mercado eólico e à posição de liderança desempenhada pela GE no setor”, comenta Stephen Curtis, diretor Comercial Global da SKF. O contrato da GE com a SKF tem o objetivo de garantir o cumprimento das normas de nacionalização requeridas pelo BNDES. O órgão exige a nacionalização de partes dos componentes das turbinas eólicas para inclusão do produto no Finame, linha de crédito com condições diferenciadas para a compra de equipamentos.
Além da parceria com a SKF, a GE tem investido na atração de outros parceiros a fim de trazê-los para o Brasil, bem como incentivar fornecedores nacionais a expandir suas operações para o segmento eólico. A estratégia é tida pela empresa como fundamental para enfrentar gargalos existentes no setor e estimular a expansão dos projetos eólicos e a participação da fonte de energia na matriz elétrica do País.
Nos últimos dois anos, a empresa foi responsável por desenvolver mais de cem novos fornecedores e estimular a instalação de seis novos parques fabris de empresas parceiras. No segundo trimestre deste ano, os investimentos realizados pelos fornecedores da GE já somam mais de R$ 150 milhões em capex e geraram mais de 300 empregos diretos no País. “A entrada de novos atores no setor eólico demonstra a confiança na fonte de energia como alternativa para a diversificação da atual matriz elétrica. O mercado em geral já nota os benefícios e competitividade da força dos ventos, o que acaba sendo refletido em toda a cadeia produtiva nacional”, analisa Ferreira.
Além da fábrica de aerogeradores em Campinas, a GE ainda mantém dois centros de operação e manutenção de turbinas na Bahia e no Rio Grande do Norte. Acompanhando a expansão da energia eólica na matriz elétrica brasileira, ainda neste ano a companhia colocará em operação outros três centros de serviços no Piauí, em Pernambuco e no Rio Grande do Sul.