Mesmo vendo como positivas as mudanças feitas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social na linha de financiamento Proesco, que agora passa a se chamar BNDES Eficiência Energética, a Associação Brasileira das Empresas de Conservação de Energia faz ressalvas quanto a alguns pontos traçados nessa nova fase. O valor mínimo de financiamento de R$ 5 milhões e o foco em projetos de cogeração chamaram a atenção de Rodrigo Aguiar presidente da associação. De acordo com ele, o potencial de projetos de eficiência energética no país é grande e pode colaborar para debelar a crise energética e ajudar nas metas do governo. "Vemos de forma muito positiva essa revisão da linha do Proesco, mas existem alguns pontos que nos preocupam um pouco", afirma.

Ele conta que a maioria dos projetos tem um patamar de investimentos menor que os R$ 5 milhões estabelecidos como mínimo na linha. "O ideal seria R$ 5 milhões para operações diretas via BNDES e um teto a partir de R$ 1 milhão para operações diretas via agente repassador", sugere. Ele também pede um alinhamento no sentido que seja aceito o próprio contrato de performance como garantia ou ainda que os equipamentos façam parte da garantia.

Já em relação ao direcionamento em projetos de cogeração, Aguiar considera que o tema, que é incentivado pela associação, é uma das soluções dentre as várias possíveis no âmbito da eficiência energética. "Há uma gama enorme de outras soluções que não estão listadas de forma clara no corpo da linha e que deveriam estar listadas também", aponta.

Outro fator que o presidente da Abesco faz o alerta é quanto ao tempo de liberação do financiamento. Se no Proesco, o tempo de demora era em média de um ano e meio nas operações diretas, no BNDES Eficiência Energética o tempo deve ser o mesmo devido aos trâmites burocráticos. Aguiar considera o prazo como longo e quer a redução. "Nossa esperança é que para operações indiretas haja um prazo realmente curto. O ideal é que termos de Brasil isso aconteça em três ou quatro meses, não mais do que isso.

A indicação no escopo da linha para que não só as Escos mas que os clientes finais também possam ter acesso a linha foi elogiada por Aguiar. Segundo ele, isso antes já era possível, mas o nome da linha dava a impressão que não era permitido, o que motivou também a substituição do nome Proesco. Para ele, os projetos de eficiência energética podem ser feitos de duas formas, tanto com as Escos agindo desde o início ou apenas atuando indiretamente. Como aspectos positivos, Aguiar também ressalta o agrupamento de projetos, a adoção de projetos de smart grid, a negociação das garantias, a necessidade de um diagnóstico energético.