Algumas usinas do complexo eólico Alto Sertão III, na Bahia, não poderão entrar em operação em setembro de 2015, conforme o cronograma previsto. Isso porque a linha de transmissão responsável pelo escoamento da energia está atrasada, com previsão de operação apenas em 30 de setembro. O diretor de Relações com Investidores e Novos Negócios da Renova, Pedro Pileggi, explicou que o descasamento do calendário deve impor um prejuízo muito maior do que 30 dias para a geradora, isso porque os projetos precisarão passar pela fase de comissionamento.
Segundo o executivo, a Renova está tomando as providências possíveis para minimizar os impactos desse descasamento. No total, são afetados 392,1 MW de capacidade instalada. Uma parte desses contratos tiveram o início de suprimento renegociado para janeiro de 2016. Outra parte a companhia terá que comprar energia para fazer frente aos compromissos contratuais. "Mais uma vez a linha de transmissão causando impactos na Renova e no setor", desabafou Pileggi durante apresentação dos resultados do segundo trimestre da companhia, realizada nesta quarta-feira, 5 de agosto.
Como os preços no mercado livre estão em queda, abaixo de R$ 200/MWh, a empresa acredita que não terá um impacto muito relevante com a compra de energia no mercado à vista. Para além dos prejuízos financeiros causados aos empresários, os atrasos comprometem o planejamento do governo e reduz a oferta de energia limpa e barata para o sistema.