Uma simulação ajustada feita pela PSR com dados do PMO de Julho estima que os recursos arrecadados pelas bandeiras tarifárias serão suficientes para compensar os custos variáveis das distribuidoras no ano de 2015 em 100% dos cenários projetados para o período de julho até o final do ano. A consultoria explica que houve uma mudança de percepção, em relação as simulações apresentadas em edições anteriores de seu relatório mensal Energy Report, em decorrência de se considerar o CVU conjuntural em todos os meses de 2015. Esses valores estão na casa de R$ 12 bilhões.

Essa simulação também foi feita sem ajustes nos dados do PMO de Julho e as estimativas apresentam uma variação acentuada. Em 100% dos cenários os custos variáveis esperados estão na casa de R$ 10 bilhões enquanto os recursos obtidos com as bandeiras estão em cerca de R$ 6 bilhões. A probabilidade de que esses dois valores sejam os mesmos está na casa de 55%.
A PSR explica que essa dispersão se deve ao fato deste modelo não considerar as termelétricas na base, o que provoca uma grande variabilidade nos gastos de compra de energia no mercado de curto prazo e nas demais despesas variáveis. Além disso, os recursos previstos de arrecadação das bandeiras divergem nas duas simulações em função das probabilidades de acionamento das bandeiras ao longo dos meses.
A metodologia do cálculo considera o conjunto de dados do PMO, nesse caso, simulado com o modelo SDDP, considerando os atrasos de projetos e geração térmica na base. As simulações são feitas com dois cenários, com os ajustes e sem os ajustes. Para ambos é feita a simulação comercial utilizando as regras de contabilização da CCEE, GSF, custos dos contratos e outros, no modelo SCE. A PSR explicou que a simulação comercial desconsidera os limites de repasses regulamentados pela REN 595/2013. A novidade para este mês e que foi considerado para todos os meses de simulação o CVU termelétrico conjuntural, ou seja, aquele definido para o próprio mês de simulação e que reflete os preços vigentes pagos pelas distribuidoras.
Até maio, os custos com variáveis registrados pelas distribuidoras nos cinco primeiros meses de 2015 somaram R$ 7,281 bilhões. Já a arrecadação com as bandeiras tarifárias nesse período, que ficou com a sinalização vermelha em todos esses meses levantaram cerca de R$ 5,416 bilhões. Ou seja, o déficit ficou em R$ 1,865 bilhão. Desse valor, R$ 779 milhões já foram repassados às tarifas de concessionárias e a diferença de R$ 1,1 bilhão ainda será compensada via CVA nos próximos reajustes. Na seção Bandeirômetro Tarifário, explica a empresa, foram utilizados os valores até o quinto mês do ano porque os dados referentes a junho ainda não havia sido publicado pela Agência Nacional de Energia Elétrica.
Segundo dados ajustados do PMO de Julho, a simulação apontava para 100% dos cenários de que a bandeira tarifária vigente até dezembro ficasse na cor vermelha. Na última sexta-feira a Aneel divulgou que para Agosto vigoraria a bandeira vermelha que representa o acréscimo de R$ 5,50 a cada 100 kWh consumidos. Já na simulação sem ajuste dos dados do PMO de Julho há uma menor chance de se ter a bandeira vermelha ou verde no início do segundo semestre, com a prevalência da amarela. Enquanto essa projeção aponta para uma maior possibilidade de bandeira verde ao passo que se aproxima do final do ano. Enquanto isso, a vermelha, não passa da probabilidade de 25%. Segundo dados do PMO de Julho, sem ajustes, o mês de agosto teria apenas 20% de chances de ter a bandeira vermelha, 69% a amarela e 11% a verde.