A perspectiva do fator de ajuste do MRE para o ano de 2015 variou levemente conforme a projeção da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, apresentada nesta segunda-feira, 3 de agosto. O novo índice do GSF médio para o ano está projetado em 82,2% ante a última estimativa, de 82,1% apresentada no InfoPLD Mensal, que a entidade transmite via internet.

De acordo com a entidade, esse fator deve-se à perspectiva de maximização da operação das térmicas durante todo o ano, até setembro de 2016. Esse é um dos principais fatores de reclamação dos geradores hidrelétricos no país, pois com a demanda sendo atendida pelas UTEs, as UHEs acabam sendo mais deslocadas ainda. Para efeitos de comparação o mesmo indicador no ano passado ficou em 90,7%, ou seja, as geradoras tiveram um déficit hídrico no MRE de quase 10% da garantia física.
Com essa manutenção da energia térmica na matriz elétrica a projeção de Encargos de Serviço do Sistema é de R$ 12,665 bilhões este ano. Um montante mais de cinco vezes mais elevado do que o registrado no ano passado que ficou em R$ 2,4 bilhões. Além desse valor, o custo com o descolamento entre o CMO e o PLD está estimado pela câmara em R$ 1,164 bilhão.
Como a premissa utilizada leva em conta a operação das térmicas até setembro de 2016, o ESS continuará alto no ano que vem. A estimativa dos três primeiros trimestres é de um custo de R$ 18,814 bilhões, média de quase R$ 2,1 bilhões por mês.
A projeção preliminar de PLD para o período entre agosto deste ano e setembro de 2016 aponta uma tendência de queda, sendo que neste mês a perspectiva é de um PLD médio de R$ 153/MWh, o mais alto para o período analisado. O indicador de preços do mercado de curto prazo apresenta uma curva declinante em todo o período podendo chegar a R$ 44/MWh ao final do período.
A CCEE tomou como base o PLD máximo do ano quem vem em R$ 421,02/MWh que equivale ao preço da UTE Mário Lago reajustado. O PLD mínimo é de R$ 30,26/MWh nessa análise apresentada.
O fator de ajuste do MRE estimado inicialmente para o mês de agosto deverá ficar em 80,9% uma nova queda ante os 83,9% de julho. A garantia física sazonalizada é de 46.125,28 MW médios ante uma estimativa de geração hidráulica de 37.320,10 MW médios. Esse indicador está um pouco acima do índice de junho de 79,4%. Já o ESS deverá ficar em cerca de R$ 745 milhões.