A agência de classificação de risco Standard & Poor’s alterou de estável para negativa, na última quarta-feira, 29 de julho, a perspectiva de trinta empresas brasileiras corporativas e de infraestrutura. Entre elas estão a Cesp, Coelce, Duke Energy, Elektro, Eletrobras, Itaipu Binacional, Tractebel e Taesa. A perspectiva foi alterada devido a mudança similar no rating soberano do país. A agência reafirmou os ratings dessas empresas. Os ratings da Odebrecht Engenharia e Construção, da Neoenergia e da Petrobras não foram afetados pela revisão dos ratings do governo soberano.

De acordo com a agência, a alteração na perspectiva da Coelce, Elektro e Taesa reflete a visão de uma probabilidade grande dessas empresas entrarem em default em caso de default do governo soberano. Já a Coelce, Elektro e a própria Taesa são empresas reguladas e a expectativa é que não sejam avaliadas acima do governo, uma vez que, em geral, são vulneráveis à forte intervenção governamental em períodos de estresse soberano. O mesmo se aplica a projetos de infraestrutura e geradoras de energia, como a Tractebel.

A revisão da perspectiva da Eletrobras fica baseada no critério de entidades ligadas ao governo. A probabilidade de suporte extraordinário do governo à Eletrobras é muito provável, o que equipara os ratings da empresa àqueles do governo soberano. Itaipu Binacional se beneficia de uma probabilidade alta de suporte do governo. Consequentemente, o rating em moeda local da entidade é limitado a um degrau abaixo do rating soberano em moeda local do Brasil na escala global, enquanto o rating em moeda estrangeira da empresa reflita aquele do governo soberano. Já a Cesp apresenta "baixa" probabilidade de suporte do Estado de São Paulo, mas por ser uma geradora de energia, seus ratings são limitados pelos ratings do governo.