As condições de operação do sistema elétrico nacional dão sinal de que se poderá ter um preço mais baixo no mês de agosto. Três fatores são fundamentais para essa impressão, as chuvas realizadas no mês de julho, a previsão para agosto e a revisão para baixo da carga para o ano. A perspectiva inicial é de que no submercado Sudeste/Centro-Oeste, o maior do país encerre o mês de agosto com Energia Natural Afluente a 122% da média de longo termo. No Sul, a projeção é de 157% da MLT; no Norte, de 98% da média histórica, e no Nordeste é esperada vazão de 66% da média.
A nova projeção de carga aponta para uma demanda ainda menor neste ano. Esses dados foram apresentados no primeiro dia da reunião do Programa Mensal de Operação do mês de agosto, realizado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira, 30 de julho.
A revisão de carga adotada para o PMO foi aprovada na Agência Nacional de Energia Elétrica na última terça-feira, 28. A queda está estimada em 1.162 MW médios para o ano de 2015 e em 2016 a perspectiva de consumo é de 890 MW médios a menos em comparação à 1ª revisão quadrimestral deste ano, nível influenciado diretamente pela redução da demanda no submercado Sudeste/Centro-Oeste. A segunda revisão quadrimestral apontou que a demanda deste ano é de pouco mais de 64 mil MW médios ante a previsão original de mais de 67 mil MW médios. Em 2019 a estimativa é de carga a 73,7 mil MW médios ante os 78,3 mil MW médios esperados originalmente na previsão de cinco anos. Carga está 1,8% menor do que se teve no ano de 2014.
Em termos climáticos é esperado o retorno das chuvas regulares para a região Sul do país a partir do final da primeira semana de agosto. Mas não no volume que foi visto em julho. Com as chuvas verificadas no sul do país durante o mês de julho há a perspectiva de que se possa até mesmo começar a desligar térmicas naquela região no patamar de carga leve. Um dos motivos é que não há carga para alocar a energia de UTE e UHE nesse horário e assim, não verter água armazenada nos reservatórios daquela região. Geradores pediram para avisar com antecedência se esse desligamento de UTEs será realmente feito.
Além disso, o ONS disse na reunião que tentará aumentar a defluência da UHE Três Marias para melhorar a condição da UHE Sobradinho. Esse assunto será abordado com a Agência Nacional de Águas, contudo, as perspectivas para o Nordeste continuam muito ruins.
Quanto às demais regiões do país há o indicativo de que as UTEs possam ser desligadas, pelo menos as mais caras, mas que essa decisão está no âmbito do Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico. Essa atuação serviria para aliviar o custo térmico e a geração de GSF que vem sendo o maior problema que o setor vem enfrentando no momento. Já a motorização da UHE Jirau que vai influenciar na ENA do Sudeste, foi adiada mais um mês, para setembro, pois continua em fase de teste.