A térmica de Pecém I (CE-720 MW ) deve chegar ao final do ano com 90% de disponibilidade. No primeiro semestre de 2015, o índice ficou em 88%. A usina representa 26% do portfólio de geração da EDP Energias do Brasil e foi a principal responsável pelo lucro de R$ 743,9 milhões conquistado no segundo trimestre. Em 2014, o índice de disponibilidade ficou em 76%.
"Pecém foi um dos elementos centrais da companhia nesse trimestre, com impacto relevante nos resultados contábeis", destacou o presidente da EDP, Miguel Setas, que garantiu que a usina está com a performance operacional consolidada. Do ponto de vista financeiro, a térmica apresentou Ebtida de R$ 142 milhões de janeiro a junho de 2015, contra R$ 82 milhões no mesmo período de 2014.
Desenvolvido em parceria com a Eneva, o projeto de Pecém enfrentou grandes dificuldades no início da operação em 2013, quando mal conseguia atingir 65% de sua disponibilidade. Recentemente, a EDP comprou os 50% (360MW) de participação que pertencia a Eneva por R$ 300 milhões, montante este que foi R$ 400 milhões abaixo do valor contábil.
Apesar do bom negócio que foi a compra de Pecém, a EDP não pretende seguir investindo em usinas a carvão. Segundo Setas, o planejamento da empresa é investir em projetos hidrelétricos de médio porte, abaixo de 1GW, e térmicas a gás natural. "Pecém foi a maior usina a carvão construída no Brasil e tivemos o ônus desse pioneirismo. É uma tecnologia que não queremos expandir", disse. O foco da empresa até 2018, contudo, é seguir com as obras de Cachoeira Caldeirão (AP-219 MW) e São Manoel (MT – 700 MW). Quanto concluídas, a EDP terá 3GW de geração hidrotérmica em seu portfólio.
*O repórter viajou a convite da EDP Brasil.