O presidente licenciado da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva foi preso na manhã desta terça-feira, 28 de julho, pela Polícia Federal em uma operação deflagrada como desdobramento da Lava Jato. A operação batizada de Radioatividade também teve como alvo de pedido de prisão temporária o presidente da Unidade de Negócios Energia da Andrade Gutierrez, Flavio David Barra. Os policiais federais cumpriram, além das duas prisões temporárias, cinco conduções coercitivas e 23 mandados de busca e apreensão.
Buscas e apreensões foram realizadas nas sedes das empreiteiras Andrade Gutierrez, Techint, Odebrecht, Queiroz Galvão, EBE (Grupo MPE), Engevix e também em empresas intermediárias envolvidas nos supostos ilícitos investigados. O Ministério Público Federal requereu essas medidas após encontrar evidências que corroborariam o conteúdo da colaboração de Dalton Avancini, ex-presidente da Camargo Corrêa, que revelou expansão do esquema de cartel da Petrobras para a Eletronuclear e indícios de pagamento de vantagens indevidas nos contratos para construção de Angra 3.(RJ-1.405 MW).
O MPF apura o direcionamento de licitação e corrupção no contrato de construção da usina firmado com o Consórcio Angramon, formado pelas construtoras. Foram também reunidos indícios de que a Aratec, empresa, que, de acordo com o MPF, seria de Pinheiro, celebrava contratos fictícios com empresas que tinham a função de repassar vantagens indevidas pagas pela Andrade Gutierrez e Engevix em razão de contratos celebrados com a Eletronuclear.
Até o momento, os indícios, de acordo com a MPF, apontam que o presidente licenciado da Eletronuclear recebeu pelo menos R$ 4,5 milhões de propina. Há indicativos de que parte deste montante foi recebida em 12 de dezembro de 2014, mesmo após a prisão de executivos de grandes empreiteiras do país. Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba onde permanecerão à disposição da Justiça Federal.