A ABB registrou lucro líquido de US$ 588 milhões no segundo trimestre de 2015. O resultado ficou 8% abaixo quando comparado com os ganhos de US$ 636 milhões no mesmo período em 2014. Os pedidos encolheram 15% no segundo trimestre de 2015, somando US$ 8,9 bilhões, ante US$ 10,5 bilhões em 2014. O Ebtida operacional fechou em US$ 1 bilhão, impactado positivamente pela venda de produtos de baixa tensão, automação de processos e sistemas de potência.
"Conforme previsto, nosso desenvolvimento de pedidos reflete um ambiente de mercado mais instável e demanda mais fraca em óleo e gás, na China e nos EUA em comparação com um forte segundo trimestre no ano passado," escreveu o CEO da ABB Ulrich Spiesshofer, em nota à imprensa. "Sabemos que esses tempos difíceis ainda continuarão, mas a execução de nossa estratégia vai nos permitir permanecer em curso”, completou. A ABB explicou que a valorização do dólar americano no segundo trimestre de 2015 e os desinvestimentos foram fatores que também impactaram negativamente os resultados da empresa.
De janeiro a junho de 2015, o volume de pedidos somou US$ 19,4 bilhões, queda de 7% na comparação com o primeiro semestre de 2014. O lucro líquido acumulou em US$ 1,1 bilhão, queda de 2%. O Ebitda fechou em US$ 2,1 bilhões, queda de 6% na comparação semestral.
A demanda nos três principais setores dos clientes da ABB foi, de modo geral, mais suave do que no primeiro trimestre, refletindo a contínua incerteza e os desafios em muitos mercados. As concessionárias permanecem cautelosas, mas continuaram fazendo investimentos seletivos em projetos essenciais de infraestrutura de transmissão de energia. Por exemplo, a ABB recebeu grandes pedidos no Reino Unido e na França para conectar fazendas eólicas offshore à rede principal em terra firme, e um pedido de subestação de US$85 milhões no Qatar para dar suporte à integração de novas usinas elétricas e de dessalinização de água do mar à rede nacional.
A demanda dos clientes industriais variou por setor e região. Os preços do petróleo continuaram baixos no trimestre, resultando em redução das despesas excedentes pelos clientes de óleo e gás. A necessidade de soluções flexíveis de automação na indústria foi um importante condutor da demanda no trimestre, especialmente em alimentos e bebidas e no setor automobilístico, do qual a ABB recebeu um pedido de US$ 52 milhões da Changan Ford Automobile na China, para robôs de soldagem rápida, flexíveis e de alta eficiência.
O mercado de infraestrutura e transporte foi misto, com forte demanda por soluções ferroviárias, impulsionado principalmente pela crescente demanda por alta eficiência e soluções suburbanas de baixo impacto ambiental. Por exemplo, a empresa recebeu pedidos no valor de US$ 90 milhões no trimestre da Stadler Rail, na Suíça, para fornecimento de equipamentos ferroviários de alta eficiência para trens na Europa e nos EUA. No geral, os mercados de construção foram mistos, com menor demanda na China.
A empresa avalia que os desenvolvimentos macroeconômico e geopolítico estão sinalizando um quadro misto de incerteza. Alguns sinais macroeconômicos nos Estados Unidos permanecem positivos e o crescimento na China deve continuar, embora em um ritmo mais lento do que em 2014. O mercado continua sendo influenciado pelo modesto crescimento na Europa e pelas tensões geopolíticas em várias partes do mundo. Os preços atuais do petróleo e os efeitos da conversão cambial deverão continuar a influenciar os resultados da empresa.