A Tractebel aguarda uma solução para o GSF, mas acredita que os custos com o déficit na geração ainda vão demorar para serem resolvidos. De acordo com o diretor de Relações com Investidores da empresa, Eduardo Sattamini, como a solução está demandando uma longa negociação e envolve uma série de detalhes, a expectativa de que algo saia no início do segundo semestre pode não se concretizar. "É uma solução complexa, de implementação complexa. Encontrar a solução pode demorar mais tempo, seria excelente que tudo se concretizasse rapidamente, mas não é a minha impressão", explica Sattamini, que participou nesta segunda-feira, 27 de julho, de conferência de resultados com investidores.
Dentre os detalhes que o executivo se refere estaria o aceno do governo para que uma das possíveis soluções do GSF seja a transformação do percentual de cobertura do risco em investimentos em capacidade adicional. "Isso ainda é um ponto a se discutir", diz o executivo. Para Sattamini, a forma como a compensação virá ainda precisa ser definida. Ele lembrou que a liminar obtida pela empresa por meio da Associação dos Produtores Independentes de Energia Elétrica tem efeito retroativo e que a liquidação de junho do mercado de curto prazo a ser realizada no início de agosto vai capturar os efeitos da decisão judicial. "A contabilização já havia sido feita, não havia tempo hábil para fazer as contas e liquidar", observa o executivo, lembrando que a decisão acontece pouco antes da operação de maio realizada no início deste mês.
A empresa não vê uma forte tendência de migração de consumidores para o ambiente livre, mas lembra que a liquidez no ACL tem diminuído. "O mercado livre hoje não está muito líquido. Sempre que você tem um movimento rápido, os agentes dão uma ‘congelada’ para saber se o efeito é permanente ou de curto prazo", avisa.