A Grameyer e a espanhola GPTech assinaram um acordo de fabricação para a abertura da primeira linha de produção local da família de inversores de potência de grande capacidade. Esse equipamento é usado nas instalações de larga escala. A linha de produção fica na planta da Grameyer em Santa Catarina e a primeira fase terá capacidade de produção de 250 MW anuais. De acordo com Karen Stanford, engenheira comercial de Projetos de Energia Solar da Grameyer, a parceria se deu na montagem da estratégia da empresa para entrar no mercado solar.
"A parceria com a GPTech representa a consolidação desse planejamento, unindo a solidez tecnológica e know how de produto da GPTech com a experiência e conhecimento de fabricação da Grameyer", explica. No último dia 16 de julho, a empresa recebeu a aprovação do credenciamento do inversor, sendo a terceira a possuir o conteúdo local.
Ela está otimista com o mercado solar brasileiro e tem acompanhado os marcos regulatórios realizados pelo governo, como o último Plano Decenal de Energia. Embora classifique o montante estipulado para fonte solar como tímido, ela pensa que isso se transformará em oportunidades de negócios. "O governo tem grande poder de alavancar este mercado, os grandes projetos dependem dos leilões para venda de energia ao mercado cativo", aponta. A executiva espera que no médio e longo prazo o mercado possa contar com mais fornecedores nacionais de componentes eletrônicos, já que há a carência e a necessidade de desenvolvimento tecnologia e eletrônica. Segundo Maria José Muniz, responsável de gestão estratégica de GPTech, a aliança com a Grameyer vai dar mais competitividade para a empresa. Ainda segundo ela, o índice de nacionalização dos produtos vão permitir que se aumente em até 76% o financiamento BNDES que inclua a tecnologia da GPTEch.
As conversas com os vencedores dos leilões solares estão acontecendo e a GPTech leva vantagem por já estar com o código do BNDES, estando credenciada junto ao banco. "Nossos clientes podem contar com mais essa vantagem para auxiliar no financiamento dos equipamentos", aposta Karen Sanford. A Grameyer tem foco em participação em energias renováveis e já participou de vários projetos de centrais hidrelétricas no país, atuando direta ou indiretamente em mais de 1.000 MW.
Com uma fábrica já estruturada para receber as linhas de montagem, a Grameyer não informou o quanto será investido nessa nova linha, mas diz que fez investimentos em bancada de testes, contratações e construção de protótipo. Em processo de aquisição dos componentes, a estimativa da Grameyer é que até outubro deste ano esteja com a linha pronta para operar em série.