A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica estima que as hidrelétricas integrantes do Mecanismo de Realocação de Energia vão produzir, na quarta semana de julho, o equivalente a 79,5% de suas garantias físicas, ou 37.080 MW médios em energia elétrica. Em outras palavras, as usinas gerarão 20% abaixo dos contratos, o que reduz a receita e afeta o caixa das companhias.

A análise do desempenho da geração mostra que 58.121 MW médios foram entregues ao Sistema Interligado Nacional entre os dias 1º e 21 de julho, redução de -2,7% quando comparado com mesmo período de 2014. As hidráulicas produziram 39.741 MW médios no mês, queda de -4,4%. A representatividade da fonte em relação a toda energia gerada no país foi de 68,4%, índice 1,2 ponto percentual inferior ao registrado em 2014. Já usinas eólicas geraram 2.449 MW médios, um aumento de 51,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

As informações constam na mais recente edição do boletim InfoMercado Semanal da CCEE, que também aponta redução no consumo de -2,6% entre 1º e 21 de julho, quando comparado com o mesmo período de 2014. O consumo de energia elétrica somou 56.189 MW médios. O consumo cativo registrou 42.343 MW médios (-1,4%). Já os agentes livres consumiram 13.845 MW médios, que equivale 6,1% a menos do que no mesmo período do ano passado.
 
Na análise dos consumidores industriais que adquirem energia no mercado livre, os setores de telecomunicações (+6,3%), extração de minerais metálicos (+2,8%) e comércio (+1,4%) foram os únicos que aumentaram o consumo em julho deste ano, em comparação com 2014. Os demais ramos da indústria registraram queda, com maior redução nos segmentos de bebidas (-17,7%), veículos (-14,1%), saneamento (-14%) e têxtil (-11,8%).
 
Dados de agentes autoprodutores apontam aumento de 0,6% na geração e queda de 2,1% no consumo em julho, principalmente pela diminuição de 32,6% do setor alimentício, 18,5% de transportes e 17,5% do químico. Mesmo com a redução, empresas que atuam nos segmentos de manufaturados diversos (+11,8%), extração de minerais metálicos (+9,5%), serviços (+7,9%) e minerais não metálicos (+6,2%) tiveram ampliação do consumo em relação ao mesmo período do ano passado.