A Fitch rebaixou nesta quarta-feira, 15 de julho, os ratings nacionais de longo prazo da Cemig e das subsidiárias de distribuição e geração, bem como das emissões de debêntures. A classificação da empresa passou de AA(bra) para AA-(bra). Ao mesmo tempo, a agência atribuiu perspectiva negativa aos ratings corporativos das empresas.
Segundo a Fitch, o rebaixamento dos ratings reflete a expectativa de enfraquecimento do perfil de crédito consolidado da Cemig, com o término de diversas concessões de geração de energia da Cemig GT. "A redução da receita do segmento de geração terá início em 2015 e deverá impactar, de forma significativa, o EBITDA e os indicadores de crédito consolidados da Cemig nos próximos anos", afirmou em nota. A perspectiva negativa foi imposta desde a publicação da medida provisória 579.
"Naquele momento, a Fitch acreditava que o grupo teria dificuldade em manter seu perfil financeiro compatível com o rating ‘AA(bra)’, já que as condições propostas para as concessões de transmissão e geração implicavam forte redução da geração operacional de caixa, com significativa diminuição do EBITDA consolidado, e posicionariam a alavancagem financeira em patamares mais elevados", afirmou.
A atribuição de perspectiva negativa aos ratings ‘AA-(bra)’, de acordo com a Fitch, reflete os desafios da Cemig em manter os indicadores de crédito consolidados em patamares compatíveis com a classificação nos próximos anos. A agência de risco afirmou que, para evitar novas pressões, a empresa necessitará administrar a alavancagem financeira líquida. A agência vai acompanhar a forma como o perfil de vencimento da dívida e a posição de liquidez do grupo serão gerenciados dentro de um cenário de maior alavancagem financeira líquida.
A Fitch estima que, sem a renovação das hidrelétricas afetadas pela MP 579, a Cemig GT poderá ter uma perda no ebtida aproximada de R$ 1,5 bilhão. A empresa deixará de operar, até 2017, uma capacidade instalada de 3,6 mil MW, referentes a 17 usinas.