Colocar os projetos em operação o mais rápido possível e manter a excelência no nível de operação. São sob essas diretrizes que José Carlos de Miranda Farias pretende conduzir a Chesf. Vindo da diretoria da Empresa de Pesquisa Energética, o executivo assumiu a presidência da empresa do Grupo Eletrobras no início do mês. Ele conta com um orçamento aprovado para 2015 de R$ 2,8 bilhões. "Queremos manter os índices de segurança do sistema e concluir as obras que estão em implantação no menor prazo possível, reduzindo os atrasos existentes entre as datas contratadas e que vai entrar em operação", afirma. Os atrasos na inauguração das linhas de transmissão da empresa no Nordeste acabaram por torná-la responsável pela demora na entrada em operação de várias eólicas.
 
Miranda conta que o novo diretor de engenharia e construção da empresa, Antônio Varejão, está criando uma estrutura de gestão mais ágil, com trabalho na negociação dos contratos com fornecedores de equipamentos e empreiteiros para sanar eventuais dificuldades na execução. "Ele está buscando uma nova forma de gestão dos contratos dos projetos em construção para que tenhamos uma agilidade maior e nossa usinas e linhas entrem no prazo contratado ou antecipado", revela. Ele dá como exemplo de obra com implantação rápida do Complexo Eólico Chapada do Piauí, da Chesf em parceria com a ContourGlobal, que iniciou a operação comercial de 176 MW no último dia 10 de julho. O parque começou a operar dois meses antes do prazo previsto.
 
Sem garantir a presença da empresa nos leilões de energia que serão realizados em 2015, ele condiciona a participação da empresa ao fôlego da empresa em conseguir assumir compromissos para novas usinas. A Chesf participa do consórcio que constrói a UHE Sinop (MT – 400 MW). Ele coloca no radar da empresa como prioridade projetos hídricos nas regiões Norte e Nordeste. Em segundo plano, vem outras fontes como gás, eólica e solar.
 
O modelo de participação nos certames por meio de parcerias, que a empresa usou em 2013, pode continuar a ser replicado em outras oportunidades. Mesmo considerando que cada projeto é um projeto e que todos devem estar inseridos em um contexto de negócios, Miranda vê vantagens no modelo, em que todas as expertises das empresas podem ser colocadas a favor dos empreendimentos. "Por que não fazer uma parceria em que se pegam as habilidades de cada empresa e elas se completam para obter um melhor desempenho de cada projeto", indaga ele, que cita o parque do Piauí come exemplo exitoso de parceria.
 
Ele quer que a empresa esteja preparada para o ciclo de implantação que virá pela Medida Provisória 677, que cria um fundo de R$ 13 bilhões em investimentos de geração e transmissão que serão executados pela Chesf. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social já estuda o fundo. Segundo Miranda, até janeiro de 2016 – prazo em que o fundo começa a receber aportes – a MP já deverá ter sido convertido em lei e os seus desafios superados. "Está tudo sob controle dentro do programado e planejado", avisa o executivo em entrevista à Agência CanalEnergia.
 
Assim como outras subsidiárias da Eletrobras que viram seus lucros serem reduzidos após a lei 12.783/2013, a Chesf também tem como desafio continuar a ter boa performance operacional. Dois anos após o Processo Incentivado de Desligamento, a empresa já vem operando sob uma nova realidade adequada ao desenvolvimento das suas metas. "Nosso investimento será o mais rentável possível. Vamos contribuir para que a Eletrobras atinja bons resultados", afirma Miranda.