O Brasil está no caminho certo para o desenvolvimento sustentável do mercado de energias renováveis, avaliou a agência de fomento internacional GIZ (Agência de Cooperação Alemã). “Agora o Brasil tem boas condições gerais, pelo menos de regulação”, disse Johannes Kissel, coordenador de energias renováveis da GIZ.
Tanto o formato dos leilões quanto as regras para pequenos sistemas são modelos considerados positivos e favorecem o desenvolvimento desse mercado no país. Para o especialista, contudo, o país precisa melhorar as condições de financiamento, seja para pequenos, seja para grandes projetos. “Algumas condições poderiam ser melhores”, sugeriu.
Para ele, as regras atuais para microgeração, por exemplo, tornam o processo muito burocrático, o que aumenta os custos dos projetos e desestimula o pequeno gerador. “Fizemos uma contribuição oficial. Uma das propostas é para facilitar as exigências para sistemas até 5 kW. Achamos que as exigências são demais para pequenos sistemas. Cinco quilowatts é praticamente um chuveiro elétrico. Não mudada nada para a concessionária”, disse Kissel.
Por meio de experiências internacionais, a GIZ está contribuindo para aperfeiçoar a resolução normativa 482/2012, que disciplina as regras para micro e minigeração. Para o especialista, os aumentos ocorridos nas tarifas de energia neste ano favorecem o crescimento do mercado de microgeração no Brasil. Em 2013 eram 31 projetos. Em 2015, já passam dos 500. Além disso, o número crescente de projetos cadastrados nos leilões revela o interesse dos agentes em investir em de energia renovável.
“Temos um acordo bilateral. Nesse acordo tem três temas: florestas tropicais, eficiência energética e energias renováveis. O Brasil quer desenvolver uma política e nós podemos apoiar tecnicamente essa questão. A Alemanha está aqui para ajudar a resolver os desafios globais”, afirmou Kissel em entrevista à Agência CanalEnergia.