A italiana CESI, consultoria global de energia, iniciou as atividades de seu laboratório CCAT (HVDC), na Alemanha, onde a tecnologia para transmissão em corrente contínua, em extra e ultra alta tensão começa a ser testada. O laboratório representa o estado de arte de tecnologia para testes de cabos, componentes e sistemas inovadores para as redes de corrente contínua de extra-alta tensão, um ativo estratégico para transmissão de energia em longa distância.

O primeiro laboratório independente europeu para corrente contínua, inaugurado pelo CESI, agrega tecnologias capazes de realizar testes de desenvolvimento, ensaios de tipo e testes de pré-qualificação em cabos HVDC até 1200kV DC.

A sigla em inglês HVDC, que em português significa Corrente Contínua de Alta Tensão, é um sistema de transmissão de energia capaz de reduzir significativamente as perdas na transmissão de grandes blocos de potência à longa distância, além de proporcionar custos menores quando comparados com outras tecnologias em corrente alternada de extra alta tensão.

Esta tecnologia é, também, uma solução utilizada por empresas de transmissão de energia europeias para melhorar as interligações entre diferentes regiões e países, racionalizando os grandes fluxos de energia provenientes de parque eólicos do norte do continente, por exemplo. A mesma tecnologia está sendo utilizada para a racionalização das ligações trans-mediterrâneas do sul da Europa com o objetivo de transportar energia solar e eólica do Oriente Médio e do Norte da África.

O laboratório também é importante para países da América do Sul, como o Brasil, onde a filial local do CESI vem participando de projetos de transmissão utilizando a tecnologia HVDC em linhas de mais de 2000 quilômetros.

Matteo Codazzi, CEO da CESI, ressalta a importância que a tecnologia possui. "Esta tecnologia, crucial para a transmissão de energia em longa distancia e a baixo custo, pode ser definida como a banda-larga da transmissão de energia, e representa, cada vez mais, o alicerce para a integração energética dos países, não só na Europa, como na Ásia, África, Oriente Médio e América Latina”, conclui.