Dois professores do Departamento de Engenharia Elétrica do Centro Técnico Científico PUC-Rio foram selecionados para compor dois Comitês de Assessoramento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Raimundo Sampaio Neto vai compor o grupo Engenharias IV (Elétrica e Biomédica) e Reinaldo Castro Souza vai fazer parte do grupo Engenharias III (de Produção e Transportes/CA-EP). O mandato de ambos é de três anos. Com início ainda em 2015, a escolha dos integrantes dos comitês foi feita em votação nacional pela comunidade científica, que inclui pesquisadores, coordenadores dos programas de pós-graduação e sociedades científicas das respectivas engenharias. Entre as atribuições dos integrantes, está a avaliação de projetos, pedidos de auxílio para participação de congressos e análises e requerimento de bolsas para professores pesquisadores, selecionando os candidatos de diversos estados que atendem às exigências do CNPq.
 
O CNPq oferece PQ’s, bolsas mensais de Produtividade em Pesquisa, aos pesquisadores reconhecidos em suas áreas de atuação, para auxílio na produção de projetos, ida a congressos e orientações acadêmicas. Para obter o benefício, o interessado deve ter uma atividade acadêmica de porte, orientando alunos de pós-graduação, publicando artigos em periódicos científicos, preferencialmente níveis A1 ou A2 reconhecidos pelo Sistema Qualis/Capes e apresentando trabalhos em congressos. “Para que os programas de pós-graduação das universidades conquistem boas notas nas avaliações da Capes, aproximadamente 40% de seus pesquisadores precisam ser bolsistas PQ”, explica Castro Souza.

O professor Raimundo Sampaio Neto foi surpreendido com a indicação: “É bom saber que a PUC-Rio está de volta aos Comitês de Assessoramento do CNPq”, comemora. Sampaio lembra que, dentre as competências destes comitês, está a de recomendar à Diretoria Executiva do CNPq ações de fomento em sua área de atuação e contribuir para a formulação de programas e planos de incentivo a pesquisa e desenvolvimento. Desta forma, Sampaio ressalta que tem em mente incentivar o comitê a formular ações de fomento em Engenharia Elétrica, e reforça o desejo de tornar mais abrangente o acesso de jovens pesquisadores ao quadro de bolsistas PQ do CNPq. “Hoje em dia está muito mais difícil conseguir entrar: a competição é maior, dentre outras exigências está a de um número razoável de publicações em periódicos de qualidade, que são naturalmente mais fáceis de serem geradas quando o pesquisador tem muitos alunos (que, em sua maioria, acabam preferindo os professores com mais experiência em detrimento dos mais novos). Tudo isso torna o processo bastante rigoroso e diminui as chances de atrair os jovens e permitir uma renovação dos quadros de pesquisadores do CNPq.”

Já o professor Reinaldo Castro Souza chega a sua terceira indicação, as anteriores foram em 2000 e 2006, e ela se deve principalmente à sua especialização em Estatística e Previsões, categoria que faz parte da área de Pesquisa Operacional destas engenharias. "Conquistar uma Bolsa PQ equivale a um plano de carreira dentro do CNPq. Quanto melhor a sua categoria, maiores as chances de conquistar projetos de P&D em empresas estatais e privadas no Brasil e em editais dos diversos fundos de financiamento à pesquisa", ressalta o acadêmico.

As bolsas PQ são organizadas em categorias e definem o grau de experiência e evolução de cada membro. Inicialmente, o perfil do pesquisador é classificado em nível 2, podendo evoluir para o nível 1, dividido entre as categorias de D, C, B e A, esta última considerada a mais avançada. Segundo Castro Souza, cerca de 150 pedidos são encaminhados todos os anos ao comitê, porém, somente em torno de 10% dos profissionais são selecionados e de 2% a 5% (dependendo da demanda e da disponibilidade) são concedidos a bolsistas novos, PQ pela primeira vez.
 
"Uma vez bolsista PQ do CNPq, os pesquisadores precisam renovar sua bolsa a cada três anos (e cinco anos para pesquisadores nível 1A), justificando por quais motivos devem subir de nível ou, no caso dos bolsistas 1A, manterem a bolsa mais importante entre os acadêmicos. O processo é extremamente competitivo e rigoroso. Não basta escrever diversos artigos, é preciso comprovar qualidade e relevância do estudo", revela Castro Souza.