A AES Tietê poderá entrar na disputa pela construção e operação das UTEs que o governo de São Paulo quer viabilizar por meio da Emae. O braço de geração de energia do Grupo AES no Brasil classifica seu interesse como sério nessa oportunidade de ampliar seu portfólio de geração. A perspectiva de ter centrais de geração em pleno centro de carga e gerada a gás natural vai ao encontro do plano da empresa de ampliar sua capacidade instalada que está parada há anos em decorrência dos preços dos leilões de energia nova da Aneel.

De acordo com o presidente do grupo AES Brasil, Britaldo Soares, essas características das usinas é o que a empresa tem defendido há anos que seria uma alternativa necessária a se considerar dentro do planejamento do setor elétrico. “Avaliamos seriamente, temos total interesse nessa parceria com a Emae”, disse o executivo após o evento de lançamento de uma série de projetos no setor energético pelo governo do estado de São Paulo.

A ideia do projeto estadual é de utilizar a estatal Emae como sócia em projetos de geração de energia em UTEs que somariam até 1,5 GW em capacidade instalada em áreas que a companhia já detém e que estão na zona sul da capital paulista. A perspectiva de investimentos totais nessa central que pode abrigar até seis usinas é de cerca de R$ 6 bilhões segundo estimativas do secretário de Energia, João Carlos Meirelles.

Na região já existe um ponto de entrega de gás natural que atende a UTE Fernando Gasparian (SP, 560 MW). Nesse ponto, explicou a Comgás, poderá ser entregue um adicional que existe na empresa que é de 1,5 milhão de metros cúbicos ao dia de gás natural. Contudo, esse volume seria o suficiente para atender a apenas uma das centrais planejadas de 250 MW. No total seriam necessários cerca de 6 milhões de metros cúbicos de gás natural.

Esse volume já está sendo negociado com a Petrobras por meio de um swap de gás natural liquefeito. A empresa liberaria esse volume de gás no estado de São Paulo desde que houvesse a chegada de um volume equivalente a ser regaseificado no terminal de GNL da petrolífera no estado do Rio de Janeiro ou na Bahia.

Esse tipo de acordo é possível de ser feito, inclusive a própria AES Tietê tem um acordo semelhante para viabilizar a UTE Termo São Paulo que está projetada para ter 500 MW de capacidade instalada. Segundo Britaldo Soares, presidente da empresa, a companhia espera pelo preço para ser colocada em leilões de energia nova.

“O projeto de Canas, a Termo São Paulo, está pronto para o leilão já estamos com a questão do swap estruturado com a Petrobras, trabalhamos com a ANP e Petrobras e agora podemos trazer o gás, a questão é preço do leilão”, indicou ele.

Soares disse ainda que participar das térmicas em parceria com a Emae não inviabiliza os projetos térmicos que a AES já possui, além de Canas a de Araraquara. Mas a participação da AES Tietê está condicionada a ser sócia majoritária e operadora dessas usinas na zona sul paulistana, contudo, como o processo dessas usinas está no começo ainda não há cronograma de quando poderá começar essa geração, pois o projeto precisa ser desenvolvido.