As condições econômicas para o próximo leilão no qual a energia solar fotovoltaica terá participação mudaram. A perspectiva é de que hoje essa fonte esteja entre 40% e 50% mais cara do que no leilão de outubro de 2014. Além do câmbio estão entre os motivos o aumento da TJLP, redução do nível máximo de financiamento pelo BNDES, a inflação do período, elevação da alíquota do PIS/CONFINS e a redução no desconto no fio. Juntos esses aspectos podem levar a tarifa da casa de R$ 215/MWh negociados para até R$ 320/MWh.

Segundo o diretor de Desenvolvimento de Negócios da Enel Green Power, Marcio Tranin, a desvalorização do real desde o certame que colocou 1 GWp na matriz energética foi de 33% ante o dólar. Entre outros impactos relevantes ele cita a piora das condições macroeconômicas brasileiras influenciando diretamente o risco país. Nas contas que ele apresentou no PV Power Brazil deste ano, os valores dos contratos fechados no LER de 2014 que ficaram na casa de R$ 215/MWh estariam hoje a R$ 301/MWh, atualizados com as condições elencadas.
A perspectiva de aumento também foi ressaltada por Luiz Ballester, gerente de Desenvolvimento de Negócios e Comercialização da Renova. Para a empresa, a expectativa é de que a tradução de todos esses efeitos macroeconômicos mencionados levem à margem de 40% a até 50% de aumento no preço. Ele cita ainda o aumento do custo de financiamento com base na elevação da taxa CDI e da Selic, que deverá ser acompanhado de aumento no spread de retorno do investimento por conta dos riscos que aumentam com o atual cenário.