O Operador Nacional do Sistema Elétrico espera para o mês de julho chuvas dentro do intervalo que acredita ser o suficiente para que os reservatórios fiquem em até 10% quando começar o próximo período úmido. No submercado Sudeste/Centro-Oeste, a previsão inicial para julho é de 85% da média de longo termo, no Sul a expectativa é de energia natural afluente em 107% da MLT, no Norte o índice esperado é de 91% e somente no Nordeste, novamente a projeção está em pouco mais de metade da média histórica com 52% do histórico daquela região.
Para fins de comparação, no mês de junho a expectativa do ONS para as vazões estava em 90% da MLT para o SE/CO (foi realizada 89%), 127% no Sul (e realização de 147%), no Norte estava prevista ENA de 100% (realizou-se 97%) e no Nordeste a expectativa inicial era de 57% da MLT (com a realização de 54%).
A expectativa de carga para o mês de julho em comparação com o mesmo período do ano passado é de estabilidade. Já para agosto há perspectiva de retração de 1,5%, apresentou o ONS na reunião mensal que faz com agentes do setor para o Programa Mensal de Operação. A região Sudeste é que tem a maior redução de demanda com 4,3% quando comparada ao plano de operação energética. No sul a previsão do mês é de recuo também, 4,1% menor que o plano. No Norte é esperada estabilidade em relação à previsão e no Nordeste um crescimento da carga de 5,4% em relação ao PEN.
No mês de junho houve redução de consumo que levou o Operador Nacional do Sistema Elétrico a fazer a modulação da geração termelétrica na carga baixa, com a redução do despacho térmico por segurança energética. A decisão de reduzir a produção das usinas mais caras é resultante de vazões afluentes elevadas no sul do país, que levaram o operador a aumentar a geração hidrelétrica para não desperdiçar água dos reservatórios. Outro razão é que as vazões no norte ainda estão relativamente altas.
Em relato feito aos agentes durante a reunião do Plano Mensal de Operação de Junho, representantes do ONS afirmaram que a demanda continua bem abaixo do previsto. A previsão de carga ao longo do ano já havia sido reduzida pelo órgão para valor próximo ao do ano passado, mas agora, segundo informaram agentes que acompanharam a reunião, tem se verificado um consumo menor ainda, o que alimenta a expectativa de que a queda vai superar as estimativas. O ONS ainda não definiu se haverá revisão extraordinária da previsão de carga, nem quando e como ela será feita. Contudo, nesse mês se dará o início das discussões com a EPE acerca da revisão.
Quanto à meteorologia, há previsão de chuvas com sistemas frontais durante o mês na região Sul apenas, sendo que há possibilidade de chegar à bacia do Paranapanema no máximo. Para as demais regiões as condições previstas são as de estação seca propriamente dita. Além disso, o El Niño ainda está sendo considerado de moderado a curto. Já é possível observar o acoplamento entre o oceano e a atmosfera. Contudo, estimou o operador, espera-se que só a partir de agosto ou setembro é que se tenha uma melhor definição sobre o fenômeno.
No Nordeste, houve a redução progressiva da vazão do Rio São Francisco após a realização de testes com a finalidade de preservar os reservatórios até o fim do ano. Os testes foram bem sucedidos, e a vazão reduzida inicialmente de 1100 m³ por segundo para 1000 m³/s e, finalmente para 900 m³/s. A reunião do PMO de julho continuará nesta sexta-feira, 26 de junho, dia em que o operador divulgará as perspectivas de armazenamento de reservatórios do mês e o CMO para a semana operativa que começa no sábado, 27 de junho.