O Grupo Bolognesi deve anunciar até julho o nome do fornecedor de GNL que vai abastecer as térmicas que serão instaladas no Rio Grande do Sul e Pernambuco. Cada usina tem potência de 1.500 MW. De acordo com Paulo Cezar Rutzen, vice-presidente executivo da Bolognesi, a negociação vem sendo feita com vários players há pelo menos três anos antes do leilão, realizado em novembro de 2014. "Estamos definindo o termo final do contrato para assinar", revela o executivo, que participou nesta quinta-feira, 25 de junho, de seminário realizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, no Rio de Janeiro (RJ).

Sem dizer com quem está negociando, Rutzen adianta que é um dos maiores fornecedores de GNL do mundo. O contrato será indexado ao Henry Hub e terá mecanismo de redirecionamento de cargas. Rutzen conta que a negociação para o GNL é complexa, uma vez que ele é produto perecível e o seu uso estar relacionado com a flexibilidade das térmicas. "É preciso negociar redirecionamento das cargas, opções e essas condições comerciais são todas acertadas", explica. Para ele, explicar o setor elétrico brasileiro também não é tarefa fácil. "O mais difícil é fazer um produtor de GNL estrangeiro entender a complexidade do setor elétrico brasileiro".

Cada terminal de GNL terá capacidade de 14 milhões de metros cúbicos e cada térmica vai consumir 5,5 milhões de metros cúbicos de consumo das termelétricas. "Vamos ter 8,5 milhões de disponibilidade de GNL para injetar no mercado. Como as FSRUs [unidade flutuante de armazenamento e regaseificação] são novas, elas podem aumentar a capacidade de regaseificação para 20 milhões de metros cúbicos", observa. O plano inicial era ter mais de um fornecedor, por serem dois projetos, mas a ideia foi abandonada.

O terminal de Rio Grande vai ter um gasoduto de 311 quilômetros ligando o terminal até a região de Porto Alegre, que vai escoar o GNL até o mercado. Ele aguarda chamada pública de carregadores que será realizada ainda este ano. O prazo de implantação é de 30 meses e o investimento é de R$ 1,4 bilhão. Ele terá seis pontos de entrega em cidades como Pelotas, Camaquã, Guaiba e Triunfo. Esse gasoduto não é necessário para a operação da usina, uma vez que ela vai ficar localizada ao lado do porto. Em Pernambuco, como o porto é próximo do complexo de Suape, não haverá a necessidade de construção de gasoduto para escoar o GNL.

Os ativos e gás e energia da Petrobras, que entraram no plano de desinvestimento da empresa, anunciado meses atrás, não estão no radar da empresa. Segundo Rutzen, o foco da empresa está em construir e operar as usinas que ela viabilizou em leilão.