De acordo com o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, com os terminais de GNL que serão construídos nos estados do Rio Grande do Sul, Pernambuco e Sergipe, estudos da EPE indicam que o excedente de gás natural chegará a 38 milhões de metros cúbicos por dia em 2024. Nesse ano, 46% da demanda potencial de gás será destinada ao setor elétrico. Esse valor considera a demanda máxima, mesmo com o uso das térmicas o tempo todo. Ainda de acordo com Tolmasquim, esse número é superior ao do Gasoduto Brasil-Bolívia, que tem capacidade de 30 milhões. O excedente em 2015 é de 10 milhões de metros cúbicos/dia.
Esses terminais vão provocar alterações no Plano de Expansão da Malha de Transportes de Gás. Segundo Tolmasquim, no terminal de Rio Grande (RS), o próprio empreendedor, o Grupo Bolognesi, está propondo construir um gasoduto de Rio Grande até a região de Porto Alegre. "A EPE vai estudar para fazer um leilão desse gasoduto", avisa. Em Pernambuco, que também terá térmica da Bolognesi, e Sergipe, com projeto da Genpower, ainda não houve nenhum tipo de manifestação concreta. A participação das térmicas a gás na matriz saem de 8,3% e chegam a 10,3%. A EPE analisa uma nova edição do Pemat, mas ele só será feito se houver gás competitivo. "Precisamos justificar o gasoduto", diz.
O presidente da EPE também conta que nos próximos leilões de térmicas poderá ser usado o mesmo indexador usado no leilão de reserva de termelétricas, que é possível escolher qual o empreendedor quer usar, Brent ou outro. Para Tolmasquim, há uma tendência de crescimento de térmicas a gás e o grande desafio do setor é saber como operar essas térmicas em um período em que grandes blocos de energia, como o da UHE Belo Monte (PA – 11.233 MW) vão entrar em operação.