O relatório de inflação do Banco Central divulgado nesta quarta-feira,24 de junho, aponta que a tarifa de energia deverá apresentar um aumento de 43,4% em 2015. No acumulado do ano essa elevação é de 41,94% e é o indicador que mais pesou no índice de inflação medido pelo IPCA no acumulado de doze meses até maio, que alcançou 8,47%. Esse patamar está 2,1 pontos porcentuais acima do reportado no mesmo período de um ano antes. Em geral, os preços administrados por contrato e monitorados variaram 14,09% nesse mesmo período contra um índice de 4,08% na comparação com um ano antes. A previsão para o encerramento de 2015 é de que esses preços controlados variem 13,7%, ante os 11% esperados no relatório trimestral anterior, de março.

A projeção de inflação é de 9% neste ano com as informações obtidas até 12 de junho. Esse cenário inflacionário reconheceu o BC tem relação ao processo de realinhamento de preços domésticos em relação ao mercado internacional e o realinhamento dos preços administrados, o que no setor elétrico representa o chamado ‘realismo tarifário’, implementado esse ano.
O BC citou o impacto do aumento da tarifa de energia no trimestre encerrado em maio que ajudou a elevar o IPCA a 2,79% já que os preços administrados apresentou variação positiva de 5,44% nesse período. A participação da energia nesse indicador reflete o impacto da RTE e os novos valores das bandeiras tarifárias que resultaram em um aumento médio de 22,08% para o segmento residencial para efeitos de IPCA. No acumulado do ano a energia elétrica que tem um peso de 3,89 na formação do índice de inflação apresentou variação de 41,94%.
Na ultima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) realizada pelo Banco Central no inicio deste mês, a projeção dos preços administrados é de 12,7% ante a previsão de 11,8% feito na reunião anterior, de abril. E a energia elétrica é que terá o maior peso. Enquanto a projeção para a variação da gasolina é de 9,1%, para a energia esse mesmo índice é de 41%. O cenário de referência pressupõe uma taxa de câmbio de R$ 3,10 para cada US$ e taxa Selic de 13,75% ao ano. Para a economia, a projeção é de queda de 1,1%.